21/02/2025 - 9:33
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que a inflação dos alimentos será solucionada através de uma queda do dólar e da continuidade e fortalecimento do Plano Safra, programa que oferece crédito facilitado para produtores rurais. A fala ocorreu durante entrevista ao canal ICL Notícias na manhã desta sexta-feira, 21.
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“A primeira providência é fazer planos safras cada vez mais robustos e melhores”, falou o ministro. “Assim que o orçamento for aprovado nós vamos lançar um plano para a próxima safra.” Haddad disse ainda acreditar que uma safra a ser colhida no final de março poderá ser a “maior da história do país”.
O ministro atribuiu ao alto patamar dos juros estadunidenses a valorização do dólar. “Isso fez com que o dólar ficasse muito valorizado e causasse inflação no mundo inteiro”, disse. “Com a queda que começou há acontecer nos últimos 30 dias e com a safra do próximo mês, os preços vão se estabilizar em um patamar mais adequado.”
Após atingir o pico de R$ 6,26 em 18 de dezembro de 2024, a cotação do dólar passou a oscilar com tendência de queda desde o começo do ano. No dia 20 de fevereiro, a moeda fechou o dia negociada a R$ 5,70.
Haddad vai ao TCU por atraso na aprovação do Orçamento
Mais cedo, o Ministério da Fazenda já havia informado em nota que entraria com ação no Tribunal de Contas da União por conta do suspensão do Plano Safra 2024/2025. Os recursos foram pausados pois o Congresso ainda não aprovou a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2025.
“Nós estamos oficiando o TCU hoje sobre o problema da aprovação do orçamento”, reforçou o ministro. “O orçamento hoje está em condições de ser votado com equilíbrio.” Haddad falou da cobrança e emendou acenos ao Congresso, elogiando o Parlamento por aprovar “muitas leis que ajudaram a ajustar as contas públicas” em 2024.
O plano Safra 2023/2024 foi recordista, com valor total de R$ 230 bilhões. Para 2024/2025, o governo federal tenta emplacar um valor ainda maior, de R$ 260 bilhões.
A conclusão do trâmite do Orçamento também foi apontada como importante para reduzir a cotação do dólar. “Eu quero crer que aprovando um orçamento equilibrado, nós vamos poder ter no médio prazo taxas de juros menores, com sustentabilidade fiscal e sem penalizar a população que depende do estado, inclusive os produtores”, disse.