O dólar opera na instabilidade nesta sexta-feira, 30, após o Banco Central vender 1,5 bilhão de dólares em leilão à vista da moeda norte-americana realizado entre as 9h30 e 9h35 de hoje.

Às 13h40, a moeda norte-americana operava em baixa de 0,06%, cotada a R$ 5,62, após subir também cerca de 0,06% 30 minutos antes. A divisa chegou a ser negociada a R$ 5,68 na manhã desta sexta.

Dados americanos

A moeda avançava depois que dados mostraram que uma medida importante de inflação nos Estados Unidos ficou em linha com as previsões, enquanto os gastos pessoais e a renda aumentaram, reforçando as expectativas de que o Federal Reserve cortará os juros em 25 pontos-base no próximo mês.

Os dados desta sexta-feira mostraram que o índice PCE subiu 0,2% no mês passado, em linha com as expectativas, após um avanço não revisado de 0,1% em junho. Nos 12 meses até julho, o índice aumentou 2,5%, igualando o ganho de junho.

Os gastos do consumidor também foram 0,5% mais altos no mês passado, depois de uma expansão de 0,3% em junho.

“As estimativas de inflação estão, lenta, mas seguramente, voltando a ficar entediantes, já que esse relatório dá continuidade à recente sequência de estimativas benignas”, escreveu Olu Sonola, chefe de pesquisa econômica dos EUA na Fitch Ratings, em uma nota enviada por email.

“Os gastos do consumidor continuam superando as expectativas… Um corte de 25 pontos-base na taxa de juros está praticamente definido em setembro, mas o Fed ainda espera que o relatório de empregos da próxima semana não faça nada para aumentar a pressão para um corte de 50 pontos-base.”

Operadores indicavam uma chance de 31% de um corte de 50 pontos-base no próximo mês, abaixo da probabilidade de 35% de quinta-feira, mostraram os cálculos da LSEG, com o mercado precificando totalmente um corte de pelo menos 25 pontos-base, o primeiro afrouxamento do Fed em mais de quatro anos.

Os mercados consideravam cerca de 100 pontos-base de cortes até o final de 2024.

Leilão de US$ 1,5 bilhão

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o leilão de US$ 1,5 bilhão se deu para lidar com um “fluxo atípico” de dólares decorrente de um rebalanceamento de índice do mercado.

O BC havia anunciado a realização do leilão na véspera, acrescentando que a venda seria referenciada na taxa Ptax.

O leilão ocorreu após quatro dias de forte alta do dólar à vista, que chegou a R$ 5,62 na quinta-feira, acumulando elevação de 2,61% nas últimas quatro sessões.

Em evento promovido pela XP Investimentos, Campos Neto disse que as atuações ocorrem em momentos de disfuncionalidade no mercado, indicando ainda que se for preciso fazer mais intervenções no câmbio, “assim faremos”.