O dólar oscila frente ao real nas negociações desta sexta-feira, 14, na última sessão de uma semana marcada por preocupações dos investidores com o cenário fiscal brasileiro e dados de inflação melhores do que o esperado nos Estados Unidos.

Por volta das 13h30, a divisa registrava leve alta, de 0,03%, cotado a R$ 5,36.

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A moeda norte-americana abriu em baixa. às 9h58, o dólar à vista caía 0,29%, a R$ 5,3522 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento recuava 0,31%, a R$ 5,3580 na venda.

“Acredito que hoje veremos algumas correções interessantes. Os ruídos fiscais estão novamente nos holofotes”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

O movimento da moeda norte-americana no Brasil nesta manhã ia na contramão de seu avanço ante seus demais pares em outros mercados, uma evidência de como os fatores domésticos pesaram sobre o preço do dólar nesta semana.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,36%, a 105,620.

Ao longo da semana, o dólar obteve ganhos contínuos contra o real em meio às preocupações do mercado com a área fiscal, fomentadas por derrotas do governo no Congresso, declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ruídos em torno da estabilidade do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no cargo.

A divisa norte-americana fechou acima de R$ 5,40 na quarta-feira pela primeira vez desde janeiro de 2023, à medida que os investidores perdiam confiança no compromisso fiscal do governo diante do recente fracasso do Executivo em compensar a desoneração da folha de pagamentos no Congresso.

Também houve aumento na percepção de que Haddad, um defensor do ajuste das contas públicas dentro do Executivo, perdia força em meio às pressões vinda tanto de dentro do governo quanto de parlamentares, o que só foi contido por falas de Lula na quinta-feira exaltando o trabalho ministro.

Apesar de o dólar devolver alguns de seus ganhos na véspera, quando encerrou o dia cotado a R$ 5,3680 na venda, em baixa de 0,66%, os fatores políticos da semana bloquearam o maior apetite por risco visto no exterior, onde crescia o otimismo pelo futuro da política monetária dos EUA.

Após dados de preços ao consumidor melhores do que o esperado na quarta-feira, os investidores elevaram suas apostas sobre um corte de juros pelo banco central dos EUA em setembro, fazendo o dólar acumular algumas perdas ante seus pares.

Quanto mais o banco central dos EUA cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos interessante quando os rendimentos dos Treasuries diminuem.

Ibovespa

O Ibovespa ensaiava uma melhora nesta sexta-feira, após renovar mínima intradia do ano, abaixo dos 119 mil pontos, encontrando suporte no persistente alívio nos rendimentos dos Treasuries, o que reverberava na curva futura de juros local.

Por volta de 12h40, o Ibovespa subia 0,09%, a 119.669,75 pontos, após cair a 118.828,08 pontos na mínima do dia mais cedo. Na máxima, chegou a 120.213,65 pontos. Na semana, ainda acumulava um declínio de 0,9%. O volume financeiro somava 6,77 bilhões de reais.

Em Nova York, os principais índices acionários tinham variações negativas, mas os rendimentos dos títulos do Tesouro tinham queda firme, com o yield do Treasury de 10 anos marcando 4,2247%, de 4,24% na véspera.

A performance dos títulos norte-americanos ajudava a derrubar as taxas dos contratos de DI na B3, o que beneficiava ações sensíveis a juros.

O movimento tinha como pano de fundo dados econômicos que forneceram evidências nesta semana de que a inflação norte-americana pode estar esfriando. Nesta sexta-feira, foi divulgada uma queda nos preços de importados nos EUA contra previsão de alta.

As negociações ainda tinham de pano de fundo o IBC-Br, calculado pelo Banco Central e considerado um sinalizador do PIB, teve variação positiva de 0,01% em abril ante o mês anterior, em dado dessazonalizado, bem pior do que as previsões.

Destaques

– MAGAZINE LUIZA ON subia 4,2%, buscando apoio no alívio nos DI para uma recuperação após queda nos dois últimos pregões, que somou 9,8%. O índice do setor de consumo avançava 0,7%.

– MRV&CO ON mostrava elevação de 2,57%, com ações de construtoras também encontrando respaldo no alívio na curva de DI. O índice do setor ganhava 0,49%.

– VALE ON perdia 0,53%, ainda pesando, mesmo com nova alta dos futuros de minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 1,97%.

– PETROBRAS PN cedia 0,68%, com os preços do petróleo também em queda no exterior, onde o barril de Brent caia 0,51%, enquanto agentes financeiros aguardam anúncio da companhia sobre mudanças em sua diretoria.

– ITAÚ UNIBANCO PN recuava 0,19% e BRADESCO PN mostrava acréscimo de 0,39%, acompanhando o viés negativo generalizado na bolsa.

– DASA ON, que não faz parte do Ibovespa, desacelerou os ganhos e subia apenas 0,43% após assinar acordo com a Amil para a criação de uma das maiores redes de hospitais do país. No setor, REDE D’OR ON ganhava 0,64%.

– ULTRAPAR ON avançava 1,24%, endossada por relatório de analistas do Citi elevando a recomendação dos papéis para “compra” e mantendo o preço-alvo de 28 reais.