O dólar recuou ante outras moedas fortes nesta sexta-feira, 24, em meio a uma menor busca por segurança nos mercados globais, mas acumulou ganho semanal, após o colapso nos preços do petróleo ter levado os investidores a comprarem a divisa americana no início da semana.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 107,39 ienes, enquanto o euro avançava a US$ 1,0813 e a libra subia a US$ 1,2369. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante seis divisas principais, registrou perda marginal de 0,05%, a 100,380 pontos, mas acumulou alta de 0,60% na semana.

“O dólar se estabilizou”, afirma o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union. No início da semana, a moeda americana havia se fortalecido com a busca por segurança desencadeada pela crise do petróleo, que foi negociado abaixo de US$ 0 pela primeira vez na História.

Nesta sexta, no entanto, com a commodity energética em movimento de recuperação e após a aprovação de um novo pacote fiscal de US$ 484 bilhões nos Estados Unidos, a divisa perdeu força ante outras moedas fortes.

Para Manimbo, o euro reduziu perdas hoje, depois de ter sido pressionado no pregão de ontem por uma série de dados da Europa que evidenciaram o impacto econômico da pandemia de coronavírus, além da falta de acordo entre líderes europeus sobre os detalhes de um plano de recuperação econômica para a zona do euro. “Os esforços mais recentes da Europa falharam em inspirar confiança ou melhorar o sentimento ainda sem brilho em relação à moeda única”, diz Manimbo.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, a moeda americana subia a 66,4017 pesos argentinos e a 25,0585 pesos mexicanos, no final da tarde em Nova York, mas recuava a 74,590 rublos russos e a 19,0736 rands sul-africanos.

A moeda da Rússia fechou em alta mesmo após o banco central do país ter anunciado um corte de juros de 50 pontos-base hoje, ainda impulsionada pela alta do petróleo. Na Argentina, o risco-país superou os 4 mil pontos hoje, segundo o JPMorgan, em meio à renegociação da dívida do país com seus credores.

Para o Rabobank, embora a “redução do pânico no mercado” tenha também contido a alta da divisa americana ante moedas emergentes, “não se pode esperar que o dólar enfraqueça decididamente até que os investidores se sintam confiantes o suficiente para voltar aos mercados emergentes”.