13/09/2024 - 9:48
O dólar recuava frente ao real nesta sexta-feira, acompanhando a fraqueza da moeda norte-americana no exterior, à medida que os mercados globais acirravam o debate em torno do tamanho do corte de juros a ser feito pelo Federal Reserve na próxima semana.
Às 9h31, o dólar à vista caía 0,37%, a 5,5969 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,33%, a 5,618 reais na venda.
Na quinta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,57%, cotado a 5,6177 reais.
Nesta manhã, investidores renovavam sua incerteza sobre a decisão do Fed na próxima semana, com as apostas de operadores divididas entre um corte de 25 e 50 pontos-base, após reportagens circuladas na imprensa e comentários de uma ex-autoridade do Fed elevarem a probabilidade da redução maior.
O ex-presidente do Fed de Nova York Bill Dudley disse que há um forte argumento a favor de um corte de 50 pontos na taxa do banco central, apontando que os juros estão atualmente de 150 a 200 pontos acima da chamada taxa neutra para a economia dos EUA, onde a política monetária não é restritiva nem estimulativa.
Analistas também apontaram para artigos publicados no The Wall Street Journal e no Financial Times que relataram que a perspectiva para a decisão do Fed na próxima semana está mais incerta do que os mercados têm projetado.
Com isso, operadores colocavam nesta sexta-feira 43% de chances de uma redução de 50 pontos-base na reunião do Fed de 17 e 18 de setembro, acima dos 15% registrados na véspera.
Ao longo da semana, dados de inflação ao consumidor acima do esperado para agosto e números benignos no mercado de trabalho, como nos pedidos de auxílio-desemprego, haviam consolidado as previsões em torno de uma redução de 25 pontos-base.
“No exterior, o ritmo de cortes pelo Fed ainda segue como o principal driver do mercado… o mercado segue dividido se haverá um corte mais agressivo”, disse Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX Banco de Câmbio.
A retomada da incerteza em relação ao movimento do banco central dos EUA derrubava os rendimentos dos Treasuries, o que prejudicava o dólar, tornando-o menos atrativo para investimentos.
O rendimento do Treasury de dois anos — que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo — tinha queda de 4 pontos-base, a 3,603%.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,10%, a 101,060.
A moeda norte-americana também acumulava perdas ante algumas divisas emergentes, recuando contra o peso mexicano e o peso chileno, além de rondar a estabilidade frente ao peso colombiano e o rand sul-africano.
No cenário nacional, investidores continuam ponderando sobre a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) na reunião de 17 e 18 de setembro, com ampla expectativa de uma alta de 25 pontos-base na Selic, atualmente em 10,50% ao ano.
Operadores colocavam nesta manhã 86% de chance de um aumento de 25 pontos-base na taxa de juros, com 14% de probabilidade de uma alta de 50 pontos, à medida que a atividade econômica no país tem se mostrado mais forte do que o esperado.
Na agenda macroeconômica, agentes financeiros avaliavam números do Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), que registrou recuo de 0,4% em julho na comparação com o mês anterior, segundo dados da autarquia.