O dólar caiu ante o euro e o iene nesta quinta-feira, 2, após o relatório mensal de empregos dos Estados Unidos indicar que o mercado de trabalho do país ainda continua irregular, reduzindo a expectativa dos investidores por uma alta nos juros já em setembro.

No fim da tarde em Nova York, o dólar desvalorizava a 123,06 ienes, de 123,16 ienes no fim da quarta-feira, enquanto o euro avançava a US$ 1,1083, de US$ 1,1053 ontem.

Os EUA geraram 223 mil vagas em junho, após ajustes sazonais, de 254 mil em maio – número revisado em baixa de 280 mil, segundo o Departamento do Trabalho. Economistas haviam previsto a criação de 223 mil postos em junho. A taxa de desemprego caiu de 5,5% para 5,3%, abaixo das expectativas de 5,4%.

Boa parte da movimentação do dólar nesta quinta-feira foi fruto de investidores que haviam esperado um resultado mais forte no relatório de empregos, mas ficaram desapontados, disse Steven Englander, chefe de estratégia para mercados desenvolvidos do Citigroup. Os números sólidos do dado de empregos do setor privado, divulgados ontem, reforçaram a expectativa por um dado geral mais forte.

Como esperado por Englander, o movimento de vendas de dólar foi modesto. “É difícil acreditar que um dado medíocre mas não terrível levaria a uma grande tomada de posições, antes do plebiscito grego”, apontou.

O ganho por hora, um componente que o Federal Reserve já disse que precisa crescer a um ritmo maior, ficou estável em junho. Economistas previam alta de 0,2% ante maio.

O Fed deve, porém, ignorar esse número mais fraco, já que é um caso pontual, disse Ian Gordon, estrategista de câmbio do Bank of America Merrill Lynch. O mercado de trabalho em geral está melhorando, argumenta Gordon, o que deve posteriormente elevar a pressão sobre os salários e a inflação.

Diante de sinais da recente cautela do banco central dos EUA, bem como da incerteza sobre o resultado do plebiscito de domingo na Grécia e do futuro do país na zona do euro, o mercado reduz as apostas de uma alta nos juros em setembro nos EUA. “Mas se os dados continuarem a se fortalecer, como muitos no mercado esperam”, disse Gordon, “então os investidores devem rever suas expectativas para em torno de setembro de uma alta de juros do Fed e isso apoiará o dólar”.

Também nesta quinta-feira, a coroa sueca recuou, após o Banco Central da Suécia (Riksbank) cortar sua taxa de juros mais para o território negativo e elevar seu programa de compra de ativos. Fonte: Dow Jones Newswires