O dólar tinha leve alta frente ao real nesta quarta-feira, recuperando-se das perdas de mais cedo, uma vez que investidores voltavam a assumir posições compradas na divisa norte-americana após o cancelamento de dois leilões de linha pelo Banco Central que valorizavam a moeda brasileira.

Às 13h05, o dólar à vista subia 0,88%, a R$ 5,801 na venda. Veja a cotação.

Os dois leilões de linha agendados para ocorrer inicialmente pela manhã  foram cancelados devido a “problemas operacionais”, mas realizados mais tarde.

No leilão de linha A, que terá como data de recompra o dia 2 de abril de 2025, o BC aceitou sete propostas no valor total de 2 bilhões de dólares, a uma taxa de corte de 6,065000%. No leilão de linha B, que terá como data de recompra o dia 2 de julho de 2025, o BC aceitou três propostas no valor total de 2 bilhões de dólares, a uma taxa de corte de 6,113000%.

Durante o horário marcado para os leilões, o dólar atingiu a mínima da sessão ante o real, a 5,7222 reais (-0,89%), com a expectativa dos investidores de entrada de dólares no mercado de câmbio. Depois do anúncio do cancelamento, no entanto, a divisa norte-americana se fortaleceu e passou a subir contra o real.

No exterior, o cenário também era diferente do observado no início da sessão, com o dólar voltando a subir frente aos seus pares fortes e emergentes, à medida que os mercados continuam avaliando um contexto político favorável à moeda norte-americana.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,32%, a 106,330.

O dólar tem acumulado uma série de ganhos com a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, uma vez que as medidas do republicano, como tarifas comerciais e cortes de impostos, são consideradas inflacionárias por parte de economistas, o que impulsiona a divisa do país ao manter os juros elevados.

Agentes financeiros também digeriam novos dados de inflação ao consumidor dos EUA, que vieram sem surpresas. Em outubro, a alta dos preços ficou em 0,2% na base mensal, em linha com o esperado e mesma marca de setembro.

O resultado fortaleceu a perspectiva de que o Federal Reserve cortará a taxa de juros em 25 pontos-base no próximo mês, com as apostas mostrando chance de 84% de tal movimento.