O dólar volta a rondar a estabilidade, com viés de queda de 0,07%, a R$ 5,2583 há pouco, após registrar mínima a R$ 5,2273 (-0,66%) no mercado à vista. O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, afirma que o dólar volta a ensaiar uma recuperação, depois de ter cedido mais de 2% ontem, içado pela tendência de valorização da moeda norte-americana no exterior.

Mas fatores internos pesam também, observa Nagem. “A inflação anual no País já está em dois dígitos em quatro capitais pesquisadas pelo IBGE, mas o BC pode não ser tão agressivo no aperto da Selic como o mercado espera”, avalia. “Se a percepção de inflação for além de 10%, o BC pode ter de aumentar o ritmo de alta da Selic, mas não muito”, aposta.

Em agosto, o BC aumentou o passo para 1 ponto de alta da Selic, a 5,25% ao ano. “O cenário local não é bom, a inflação é galopante, a crise política é grande e há muita incerteza no campo fiscal”, resume. “Ninguém sabe, nem no governo, qual será a fonte de custeio para bancar o aumento do benefício do Bolsa Família, uma vez que usar dinheiro de precatórios para essa finalidade, conforme previsto na PEC dos precatórios enviada pelo governo à Câmara, seria inconstitucional, relata.

As reformas tributária e administrativa também seguem paradas no Congresso, lembra Nagem.