O dólar segue em queda firme no mercado doméstico. O dólar à vista caía 2,44%, a R$ 5,26200 às 11h33, após tocar em mínima a R$ 5,2280 um pouco mais cedo.

O operador Hideaki Iha, da corretora Fair, diz que o mercado acompanha as perdas da moeda americana frente divisas emergentes e ligadas a commodities em função de notícias sobre avanços em vacina para covid-19 e, sobretudo, da vitória de Joe Biden nos EUA e uma possível maioria republicana no Senado, que garantiria estímulos fiscais em montantes menores, mas também diminuiriam chances de aumento muito grande de impostos e mais regulações a empresas e mercado.

No mercado local, Iha afirma que, na sexta-feira, o dólar caiu muito, principalmente no mercado futuro, pelo efeito da fala do diretor do BC Fabio Kanczuk sobre possível intervenção no câmbio, além de precificar as expectativas de retomada da agenda de reformas na Câmara nesta semana e de vitória de Biden.

“Guedes falou também na sexta sobre excesso de reservas e inflação, pode ser que aconteça de fato uma intervenção”, desconfia Iha. “BC soltou nota de esclarecimento, mas Kanczuk não deve ter falado à toa, porque BC enxerga a posição de bancos e mercado na dúvida vendeu”, comenta.

Se Kanczuk falou sobre “overhedge” de bancos, o mercado acendeu o alerta, levando em conta ainda as remessas de capitais maiores no fim do ano, acrescentou o operador da Fair.