O dólar fechou nesta terça-feira, 1º, em leve alta ante o real, impulsionado pelo movimento global de busca por ativos seguros em meio à escalada do conflito no Oriente Médio, após o Irã realizar um ataque com mísseis a Israel.

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O dólar à vista fechou em alta de 0,27%, cotado a R$ 5,4640. No ano, a divisa norte-americana acumula elevação de 12,62% ante o real. Veja cotações.

Às 17h04, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,12%, a 5,477 reais na venda.

O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, chegando a superar os 133 mil pontos no melhor momento, em movimento sustentando principalmente pelas ações da Petrobras, acompanhando o forte avanço dos preços do petróleo no exterior.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,51%, a 132.495,16 pontos, tendo marcado 133.405,49 pontos na máxima e 131.816,56 pontos na mínima do dia.

O volume financeiro no primeiro pregão de outubro somava R$ 23,55 bilhões antes dos ajustes finais.

O forte avanço dos preços do petróleo foi o destaque do dia, após o Irã lançar dezenas de mísseis balísticos contra Israel em retaliação à campanha israelense contra o Hezbollah, aliado de Teerã, no Líbano.

O petróleo Brent fechou em alta de 2,6%, a 73,56 dólares o barril, após subir mais de 5% na máxima da sessão.

Em Wall Street, o S&P 500 caiu 0,93%.

O dólar no dia

A divisa dos EUA chegou a oscilar em baixa ante o real no início da sessão, com as cotações refletindo a percepção de que o diferencial de juros segue amplamente favorável ao Brasil, ainda mais depois que o Banco Central iniciou o ciclo de alta da taxa básica Selic. Às 9h50 o dólar à vista marcou a mínima de 5,4308 reais (-0,34%).

Ainda durante a manhã, no entanto, a moeda norte-americana ganhou força ante o real, acompanhando o fortalecimento da divisa também no exterior em meio aos receios com o cenário no Oriente Médio.

A expectativa de um ataque do Irã a Israel disparou uma busca por ativos de menor risco, como o dólar, em movimento que foi amplificado à tarde, após centenas de mísseis serem disparados contra o território israelense.

No Brasil, a aversão ao risco se traduziu na aceleração do dólar ante o real e na migração das taxas dos DIs para o território positivo.

Às 14h27 o dólar à vista atingiu a cotação máxima de 5,4794 reais (+0,56%).

“Quando surgem episódios bélicos, os investidores acabam procurando mercados mais protegidos, mais seguros. Aí a tendência é que haja fuga para o mercado norte-americano”, comentou durante a tarde Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

Após o impacto inicial das notícias sobre o ataque, o dólar desacelerou, mas ainda assim terminou em alta ante o real. Profissionais ouvidos pela Reuters ponderaram que os impactos do conflito no Oriente Médio serão mais duradouros no câmbio apenas se houver um acirramento de fato, com o envolvimento de países de fora da região.

“O cenário de tensão geopolítica nunca é positivo. No início é normal haver um exagero, como na alta do petróleo, na busca pelo ouro ou por títulos dos EUA”, comentou Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital. “No longo prazo, se tivermos mesmo uma escalada, que não fique só no Oriente Médio, isso seria muito negativo para o mundo como um todo”, acrescentou.

No exterior, no fim da tarde o dólar seguia em alta ante a maior parte das demais divisas. Às 17h20 o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,43%, a 101,180.

Destaques do Ibovespa

– PETROBRAS PN avançou 2,67%, puxada pelo salto dos preços do petróleo no exterior, em meio ao aumento da tensão no Oriente Médio. PETROBRAS ON também subiu 2,67%.

– AMBEV ON fechou em alta de 3,98%, apoiada por relatório do BTG Pactual recomendando as ações para o mês, com os estrategistas citando que os recentes volumes fortes de cerveja no Brasil indicam resultados sólidos à frente.

– MRV&CO ON ganhou 4,56%, em sessão de ganhos para construtoras, com o índice do setor imobiliário subindo 1,01%, endossado pelo alívio nas taxas dos DIs. No mesmo contexto, o índice do setor de consumo avançou 1,02%.

– CSN MINERAÇÃO ON ganhou 3,19%, após anunciar pagamento de dividendos intercalares de 2,375 bilhões de reais e juros sobre capital próprio de 465 milhões de reais. CSN ON, controladora da CSN Mineração, subiu 1,24%.

– AZUL PN caiu 4,69%, após quatro altas seguidas, enquanto persiste a expectativa de negociações com credores. GOL PN, que não está no Ibovespa, recuou 4,55%, após prejuízo líquido de 544 milhões de reais em agosto.

– ASSAÍ ON recuou 4,69%, mais uma vez entre os destaques negativos do dia, com agentes ainda analisando decisão da Receita Federal de cobrar da empresa arrolamento de bens no valor de 1,265 bilhão de reais.

– VALE ON subiu 0,49%, sem a referência do minério de ferro da China por feriado no país asiático. A mineradora fechou parceria com a Green Energy Park para estudar a viabilidade de uma unidade de produção de hidrogênio verde no Brasil.

– ITAÚ UNIBANCO PN caiu 1,65% e BANCO DO BRASIL ON cedeu 0,37%, enquanto BRADESCO PN fechou com variação positiva 1,09% e SANTANDER BRASIL UNIT avançou 0,6%.