O dólar subiu ante a maioria das moedas fortes e emergentes nesta quarta-feira, 13, após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, mencionar a possibilidade de uma crise de solvência nos Estados Unidos, como efeito da pandemia de coronavírus, e descartar a adoção de juros negativos no país, possibilidade que vinha pressionando a divisa americana.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 107,04 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,0819 e a libra cedia a US$ 1,2226. O índice DXY, que mede a variação da moeda dos EUA ante uma cesta de seis rivais, subia 0,30%, a 100,230 pontos, às 17h21 (de Brasília)

“O dólar subiu com Powell descartando taxas negativas”, afirma a diretora-gerente de estratégia de câmbio da BK Asset Management, Kathy Lien. Em evento virtual organizado pelo Instituto Peterson de Economia Internacional (PIIE, na sigla em inglês), o presidente do Fed disse hoje que a instituição não está considerando adotar uma política de juros negativos, como especulado nos últimos dias nos mercados financeiros.

“A decisão resoluta de Powell de minimizar as taxas negativas será música para os ouvidos dos compradores de dólar, que podem usar o evento de hoje para apostar na alta da divisa”, diz o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union.

O banqueiro central também disse que a recuperação econômica nos EUA pode demorar e os problemas de liquidez decorrentes da crise têm potencial para gerar uma crise de solvência. Para evitar esse cenário, Powell defendeu o aumento de medidas fiscais. As declarações do dirigente levaram a uma busca por segurança no mercado. “Powell realmente não teve nada de bom para dizer sobre as perspectivas econômicas para além do óbvio, que é a economia se recuperar assim que o vírus estiver sob controle”, avalia Lien, da BK Asset Management.

O dólar se fortaleceu, também, ante divisas emergentes e ligadas a commodities. No final da tarde em Nova York, a moeda americana subia a 74,120 rublos russos, a 67,5217 pesos argentinos e a 18,5472 rands sul-africanos. O dólar, porém, cedeu a 817,31 pesos chilenos, um dia após o Chile solicitar ao Fundo Monetário Internacional (FMI) uma linha de crédito de US$ 28,3 bilhões por dois anos. De acordo com uma nota do FMI, a diretora-gerente da instituição, Kristalina Georgieva, pretende recomendar a aprovação do pedido do país sul-americano.