O dólar ganha força ante o real em meio a uma redução de perdas frente outras moedas emergentes lá fora na manhã desta terça-feira, 30, e por ajustes com rolagens de contratos cambiais no mercado futuro. Também a forte deflação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de maio influencia o sentimento, por reforçar provável corte da Selic em breve, desfavorecendo a atratividade de capitais para o País em meio a expectativas de continuidade da alta de juros nos EUA.

Os investidores analisam ainda comentários do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em evento em Fortaleza na segunda-feira à noite. Campos Neto demonstrou otimismo com a melhora das expectativas de inflação no longo prazo, que ainda seguem bastante elevadas em razão do debate sobre a meta e as incertezas fiscais, segundo ele.

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O dólar e os retornos dos Treasuries recuam no exterior, após o acordo do teto da dívida dos EUA, no fim de semana, que poderá ser votado nesta quarta-feira. Alguns parlamentares republicanos, porém, questionam o acordo e ameaçam rejeitá-lo em plenário.

A deflação do IGP-M ficou em 1,84% em maio, no piso das expectativas do mercado, após queda de 0,95% em abril. O indicador reforça a chance de corte da taxa Selic, que vem sendo precificada pelos investidores a partir de agosto, de acordo com o Projeções Broadcast. A mediana do IGP-M de maio era negativa em 1,61% e o teto, -1,05%. O indicador de inflação caiu 4,47% nos últimos 12 meses e, neste ano, acumula queda de 2,58%.

Já o Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 0,5 ponto na passagem de abril para maio, na série com ajuste sazonal, o terceiro avanço seguido, para 92,9 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice aumentou 1,3 ponto.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou baixa de 0,35% em abril, ante recuo de 0,65% em março, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já as concessões dos bancos no crédito livre caíram 16,5% em abril ante março, para R$ 395,1 bilhões, segundo o Banco Central. No acumulado dos últimos 12 meses até abril, o aumento foi de 11,7%. Estes dados não levam em conta ajustes sazonais.

Na agenda política, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, já chegou ao Palácio do Itamaraty para a cúpula promovida pelo Brasil com todos os chefes de Estado da América do Sul. A ideia do governo é retomar a cooperação na região e discutir a adoção de um fórum de integração com os 12 países.

Na Câmara, os deputados devem votar nesta terça-feira, 30, a Medida Provisória da reestruturação da Esplanada dos Ministérios. A expectativa é que o texto do relator, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), seja referendado no plenário com o esvaziamento das pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas. Além disso, deve ser votado o projeto que define um marco temporal para a demarcação de terras indígenas no País, defendido pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

Às 9h53, o dólar à vista subia 0,60%, a R$ 5,0426 no mercado à vista. O dólar para junho ganhava 0,46%, a R$ 5,0430.