SÃO PAULO (Reuters) – O dólar subia frente ao real nesta quinta-feira, mas mostrava alternância de sinal à medida que investidores digeriam dados de inflação da zona do euro e de atividade econômica do Brasil, de olho na perspectiva para os juros.

Às 9:53 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,41%, a 5,2126 reais na venda, nos picos do dia. A moeda norte-americana trocou de sinal algumas vezes durante as primeiras negociações.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,6%, a 5,2445 reais.

+ PIB cresce 2,9% em 2022, mas tem queda no último trimestre

“Temos um dia de sinais mistos no exterior, e com divulgação de dados relevantes no Brasil e no exterior em relação a atividade econômica”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital. “Investidor então segue atento e em nítido compasso de espera para se posicionar, buscando sempre se antecipar às decisões sobre juros aqui e lá fora.”

Dados desta manhã mostraram que a inflação dos preços ao consumidor nos 20 países que usam o euro caiu para 8,5% em fevereiro, ante 8,6% no mês anterior, devido aos preços mais baixos de energia. No entanto, a leitura ficou acima das expectativas de taxa de 8,2% em uma pesquisa da Reuters com economistas.

O núcleo da inflação, que exclui os preços voláteis de alimentos e combustíveis, saltou de 5,3% para 5,6%, ficando bem acima das expectativas de uma leitura estável.

Segundo investidores, o dado reforçou expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) seguirá com sua postura rígida na elevação dos juros, o que pode contaminar a visão em relação ao Federal Reserve. Após dados econômicos norte-americanos mais fortes do que o esperado nas últimas semanas, investidores já vinham precificando um cenário mais agressivo de aperto monetário nos Estados Unidos do que o esperado no início deste ano.

Isso tem sustentado a moeda norte-americana globalmente. Nesta sessão, o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,52%, a 104,920.

Enquanto isso, no Brasil, o IBGE informou nesta quinta-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encolheu 0,2% no quarto trimestre de 2022 sobre o trimestre imediatamente anterior, mas acumulou no ano uma alta de 2,9%. Os dados vieram, num geral, em linha com o esperado pelo mercado, com economistas destacando a força do setor de serviços no ano passado.

Por outro lado, a expectativa é de que a economia desacelere em 2023 devido ao patamar elevado da taxa Selic, atualmente em 13,75%, o que pode acentuar críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à política de juros do Banco Central.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1914 reais, em baixa de 0,66%.

(Por Luana Maria Benedito)