O dólar subiu diante das principais moedas, exceto o euro, e também das dos países exportadores de commodities, nesta terça-feira, 11, depois de o Banco do Povo da China (PBoC) desvalorizar o renminbi (moeda do país, também conhecida como yuan) em 1,9%. A decisão fez crescerem as preocupações quanto ao desempenho da economia chinesa, a segunda maior do mundo, e suas possíveis implicações para a economia global. Em Nova York, o dólar subiu 1,84% diante da moeda chinesa, para 6,3235 yuan, nível mais alto desde outubro de 2012.

“As pessoas estão comprando dólares porque estão preocupadas com a perspectiva do crescimento na China. Para o investidor, o momento é de fugir do risco”, disse José Wynne, do Barclays.

Para David Woo, do Bank of America/Merrill Lynch, “isso não é bom para a inflação nos EUA e reduz bastante a probabilidade de o Federal Reserve elevar as taxas de juro em setembro”. Na Chicago Board of Trade (CBOT), os contratos futuros de Fed Funds projetavam no fim da tarde uma probabilidade de 45% de que o Fed eleve a taxa dos Fed Funds em sua próxima reunião, em setembro; ontem, essa probabilidade estava em 54%.

Karl Schamotta, diretor de risco cambial e estratégia da Cambridge Global Payments, disse que “eu não acho que a desvalorização do yuan alteraria a política monetária do Fed. Há impulso demais por trás da economia dos EUA neste momento”.

Eric Stein, da Eaton Vance Management, ponderou que o Fed poderá avaliar que o potencial da desvalorização do yuan para estimular a economia da China poderá ser benéfica para a economia global. “Ainda estamos posicionados para uma alta do dólar. A decisão de hoje não muda isso. Mas, caso ela enfraqueça dramaticamente as moedas asiáticas, digamos em 5% ou 10% ao longo do próximo mês, isso muda a conversa”, afirmou.

Uma exceção no mercado de moedas foi o euro, que subiu diante das principais moedas em reação ao anúncio da formalização do acordo entre a Grécia e seus credores internacionais para um terceiro pacote de ajuda financeira ao país. Traders disseram que investidores compraram euros para cobrir posições, depois de terem apostado em ativos que ofereciam taxas de retorno melhores na China.

No fim da tarde em Nova York, o euro estava cotado a US$ 1,1043, de US$ 1,1020 ontem; o iene estava cotado a 125,15 por dólar, de 124,63 por dólar ontem. O franco suíço estava cotado a 0,9887 por dólar, de 0,9840 por dólar ontem. Fonte: Dow Jones Newswires