24/04/2020 - 12:42
O dólar desacelerou aos R$ 5,66, após a injeção de US$ 1 bilhão em swap cambial, via dois leilões extraordinários mais cedo, mas voltou a ser cotado acima dos R$ 5,70 há pouco, com o nervosismo em meio à confirmação do pedido de demissão de Sergio Moro, do Ministério da Justiça. O diretor de cambio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante, diz que dólar reduziu a alta, de forma pontual, reagindo aos dois leilões extras hoje do BC.
Mas o mercado segue bem nervoso, com a Bovespa caindo mais de 7%, e a tendência é estressar mais com a percepção de ingerência política do presidente Jair Bolsonaro na direção da Polícia Federal.
“O presidente Jair Bolsonaro quer substituir Maurício Valeixo, na PF, para blindar seus três filhos envolvidos em acusações de atos de corrupção e de disparo de fake news nas redes sociais”, comenta o executivo.
Para ele, Bolsonaro também tenta trazer partidos do Centrão para o seu lado, a fim de aprovar medidas de interesse do governo no Congresso e tirar Rodrigo Maia do comando Câmara.
“Agora o foco recai sobre o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Se Guedes cair, o dólar chega fácil nos R$ 6,00″, prevê Cavalcante.
Para ele, se o BC quiser derrubar um pouco o dólar deveria fazer leilão à vista, mas crise política deve dar sustentação à moeda americana.