09/12/2022 - 18:43
Com a pressão externa contra moedas emergentes e ainda sob a tensão do futuro da política econômica do Brasil, o dólar à vista terminou a sessão e a semana em alta. Lá fora, pesaram a queda das commodities e os sinais ruins da inflação nos Estados Unidos, que adicionam mais incerteza à decisão do Federal Reserve de quarta-feira que vem. Aqui, o mercado absorve a escolha de Fernando Haddad para a Fazenda com cautela, redobrada pelo dilema fiscal do próximo governo. Mas os ajustes locais acabam tendo mais impacto nos preços em meio à liquidez minguante típica de fim de ano, afetada adicionalmente hoje pelo jogo que causou a eliminação do Brasil na Copa do Catar.
O dólar à vista terminou a sessão desta sexta-feira cotado em R$ 5,2456, valorização diária de 0,57% e semanal de 0,59%. No segmento futuro, a moeda para janeiro subiu a R$ 5,2615 (+0,11% no dia e +0,28% na semana). Termômetro da liquidez, esse mercado mostrou a falta de apetite de negócios hoje. Até o horário mencionado o volume negociado no dólar futuro era de pouco menos de US$ 7,5 bilhões.
No mercado à vista, o reflexo da liquidez apertadíssima do fim do ano foi a variação de pouco mais de 10 centavos entre a mínima semanal (R$ 5,1851, na quarta-feira) e a máxima R$ (R$ 5,2899).
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Como em todo fim de ano, o mercado vai se afunilando gradualmente pela pressão de alta dada a remessa de lucros para matrizes. Neste ambiente, o Banco Central fez um leilão de linha ontem, que movimentou US$ 3 bilhões.
E ainda nesta sexta-feira, a XP Investimentos aumentou de R$ 5,0 para R$ 5,25 a sua projeção para a cotação do dólar em 2022, e manteve a estimativa em R$ 5,30 para o fim de 2023. Em relatório, a corretora atribui a revisão de cenário ao aumento dos riscos para as contas públicas no País. “A piora do quadro fiscal continuará pesando sobre a taxa de câmbio no próximo ano, em nossa avaliação. Em contrapartida, alguns sinais de alívio no cenário global, com destaque à expectativa de desinflação na maioria das regiões e reabertura da China, devem evitar uma depreciação cambial mais acentuada no Brasil”, diz o texto.
*Colaborou Cícero Cotrim