O dólar opera em alta ante o real e outras moedas emergentes, além das principais nesta manhã de terça-feira, 8. O índice DXY subia 0,65%, a 102,71 pontos por volta das 9h36. O movimento ocorre após números mais fracos da balança comercial da China. O petróleo caía mais de 2%, entre outras commodities. Os agentes de câmbio analisam também a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

+ Ata: ritmo de 0,50pp é adequado para manter política contracionista necessária para desinflação

Ontem, o tom negativo do exterior antes da forte agenda semanal também pesou contra as moedas de países emergentes e os juros futuros subiram.

Na semana passada, o Copom iniciou o ciclo de afrouxamento da Selic com uma queda de 0,50 pp, de 13,75% para 13,25% ao ano, após um ano de estabilidade, ante expectativas majoritárias no mercado de redução de 0,25 pp.

O Copom afirmou na ata que a análise das projeções de inflação em diferentes cenários evidenciou a “necessidade de se manter uma política monetária ainda contracionista pelo horizonte relevante para que se consolide a convergência da inflação para a meta e a ancoragem das expectativas”.

O documento também aponta que o comitê julga como “pouco provável” uma intensificação adicional no ritmo de cortes da taxa Selic, umas vez “que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva”. Tal afirmação pode limpar um pouco das apostas em um corte mais agressivo de juros adiante.

O colegiado, inclusive, já indicou que deve se manter no ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual nas próximas reuniões.

O BC indicou que o ritmo de 0,50pp é equilibrado, pois conjuga o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária, assim como o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência.

Também foi divulgado, mais cedo, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), da FGV, que apontou alta de 0,14% na primeira quadrissemana de agosto, após avançar 0,07% no encerramento de julho. Em 12 meses, o indicador acumula variação positiva de 4,28%, ante 3,53% na quadrissemana anterior.

Os investidores ajustam posições de olho ainda em comentários de dois dirigentes do Federal Reserve em eventos nesta manhã: Patrick Harker, da Philadelphia, e Thomas Barkin, de Richmond, em busca de novas pistas sobre os próximos passos do BC americano. No câmbio, há o início da rolagem do vencimento de swap cambial de outubro, em leilão de até 16.000 contratos, equivalentes a US$ 800 milhões (11h30). O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, faz palestra no fim da tarde (17h).

Também deve ganhar atenção a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos demais líderes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) na Cúpula da Amazônia, em Belém (PA). O encontro será seguido da adoção da Declaração de Belém. Especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast consideram improvável que o documento final inclua o veto à exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas.

Às 9h44 desta segunda, o dólar à vista subia 0,62%, aos R$ 4,9251. O dólar para setembro ganhava 0,50%, aos R$ 4,9460.