O dólar opera em alta na manhã desta sexta-feira, 25, alinhado à valorização da divisa americana no exterior em meio a negociações entre EUA e União Europeia e diante do aumento do déficit nas transações correntes no país e sinais de retomada das conversas sobre tarifas entre os governos americano e brasileiro. Investidores avaliam também o IPCA-15 acima do consenso do mercado.

Em julho, o IPCA-15 subiu 0,33%, 0,02 ponto porcentual acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava aceleração a 0,31%, ante alta de 0,26% em junho. No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 acelerou de 5,27% para 5,30%, também acima da mediana, de 5,28%.

No setor externo, o Brasil registrou déficit de US$ 5,131 bilhões na conta corrente em junho, o maior para o mês desde 2014, segundo o Banco Central. O resultado foi mais negativo que a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava déficit de US$ 4,30 bilhões. No acumulado do ano, o déficit soma US$ 32,8 bilhões, equivalente a 3,42% do PIB em 12 meses.

A entrada líquida de Investimentos Diretos no País (IDP) somou US$ 2,810 bilhões em junho, abaixo do piso da pesquisa Projeções Broadcast, cujo intervalo ia de US$ 3,40 bilhões a US$ 5 bilhões, com mediana de US$ 4,70 bilhões.

O fluxo cambial do Brasil ficou negativo em US$ 1,754 bilhão em julho até o dia 23, segundo o Banco Central. O saldo financeiro registrou saída de US$ 7,059 bilhões, enquanto o comercial teve entrada de US$ 5,305 bilhões. A posição dos bancos no mercado à vista estava vendida em US$ 26,754 bilhões.

A diplomacia brasileira vê sinal de trégua nas tensões comerciais com os EUA, e o vice-presidente Geraldo Alckmin informou ter conversado no último sábado com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, para tentar reverter a tarifa de 50% prevista para 1º de agosto sobre produtos brasileiros. O Brasil propôs ampliar os laços comerciais com os EUA, incluindo a meta de dobrar o comércio bilateral em cinco anos e firmar um acordo de bitributação.

Alckmin também destacou o potencial dos minerais críticos, mas não confirmou negociações específicas sobre o tema. Segundo ele, as tratativas seguem por meios institucionais, de forma reservada e, a partir de segunda-feira, o governo divulgará atualizações diárias sobre o tema.

Na Rússia, o Banco Central reduziu sua taxa básica de juros em 200 pontos-base, para 18% ao ano, devido ao declínio mais rápido das pressões inflacionárias e desaceleração da demanda doméstica.