O dólar perdeu força ante a maioria das moedas globais desde que Donald Trump assumiu a Casa Branca, se desvalorizando praticamente 9 a cada 10 casos analisados, segundo levantamento da consultoria Elos Ayta.

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Os dados mostram que ao analisar a cotação do dólar ante 27 economias, em 24 casos a moeda apresentou desvalorização. A análise considera uma janela de seis meses finda em 18 de julho.

Olhando para o DXY –  índice que mostra a força do dólar ante uma cesta de moedas –  há uma queda de 10,5% acumulada na janela de seis meses analisada.

A Elos Ayta aponta que o movimento é considerado ‘expressivo’ pelo mercado e ‘carrega implicações econômicas relevantes’, impulsionando mercados emergentes, facilitando o alívio de dívidas externas e estimulando as bolsas de valores.

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A consultoria também observa que a tendência de enfraquecimento do dólar geralmente está atrelada à percepção de que o Federal Reserve (Fed) deve cortar os juros nos EUA – Fed Fund Rates – ou, ao menos, manter uma política monetária mais flexível.

Isso estimula o fluxo de capitais para mercados emergentes e ativos de risco, como ações, o que já se refletiu na valorização das bolsas globais.

Assim, o comportamento da moeda americana nos seis primeiros meses da nova administração da Casa Branca sinaliza para uma mudança estrutural nos fluxos financeiros globais.

“A desvalorização ampla do dólar reequilibra forças nos mercados, melhora a atratividade de ativos internacionais e pode abrir espaço para uma nova fase de crescimento, especialmente nos países que conseguiram se beneficiar dessa tendência”, diz a consultoria.

Onde o dólar mais perdeu força

Olhando para divisas específicas, a maior desvalorização do dólar foi registrada diante do rublo russo, com recuo de 23,40% na janela de seis meses analisadas.

As maiores quedas foram:

  • Ante o rublo rursso: -23,4%
  • Ante a coroa sueca: -13,6%
  • Ante o franco suíço: -13%

Sete das 27 economias analisas mostraram uma retração na moeda dos EUA que supera os 10%.

Em contrapartida, apenas três países apresentaram valorização da moeda americana no período analisado. Em Hong Kong, foi registrada uma valorização de 0,7%. Ante a lira turca, a moeda americana saltou 13,6%, ao passo que diante do peso argentino foram 22%.

Como fica o Brasil

Olhando para a relação do câmbio aqui no Brasil, Ptax, taxa oficial usada pelo Banco Central (BC), caiu 8,32% desde a posse de Trump.

Com isso, o Brasil ocupa a 11ª posição no ranking das moedas que mais se valorizaram frente ao dólar – considerando também o desempenho do DXY. O panorama é de entrada massiva de capital estrangeiro no Brasil, com renovação das máximas do Ibovespa.