20/08/2015 - 16:56
O dólar à vista voltou a recuar e fechou cotado a R$ 3,452 nesta quinta-feira, 20, com baixa de 0,83% em relação ao real. A queda se deu diante de um cenário de grande incerteza no mercado internacional, mas ainda com a percepção de que o quadro interno se mostra mais ameno.
A moeda americana abriu com forte alta, de 1,09%, cotado a R$ 3,519, sob o efeito das preocupações com a expressiva queda das bolsas chinesas, declínio dos preços das commodities, tensão na Grécia e dados econômicos americanos. Enquanto analistas buscavam antever os próximos passos da política monetária dos EUA, o mercado brasileiro acabou por retomar a correção do câmbio vista nos últimos dias, com a desmontagem de posições compradas. Para a virada para baixo, contribuiu a forte resistência do dólar ao patamar dos R$ 3,50, em um momento em que o cenário político se mostra menos adverso que no mês passado.
Durante todo o dia o mercado operou atento à expectativa de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fosse denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no âmbito da Operação Lava Jato. A denúncia, concretizada há poucos minutos, é mais um fator de enfraquecimento do deputado, o que favorece o governo. Há expectativa de que Cunha divulgue nota sobre o fato, alegando ser alvo de um “acordão” contra ele.
Outro destaque do dia foi o discurso do diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Tony Volpon, em reunião com investidores em Nova York. Ele disse que manter a taxa básica de juros no atual nível por um período suficientemente longo é condição necessária para o BC cumprir seu compromisso de trazer a inflação à meta no fim de 2016. Volpon afirmou ainda que as mudanças de política monetária pelo BC, como ciclo de alta de juros, levarão a uma menor inércia da inflação. Às 16h38, o dólar futuro com vencimento em setembro caía 1,27%, cotado a R$ 3,463.