05/07/2021 - 17:41
Em sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 na última quinta-feira (1), o cabo da Polícia Militar de Alfenas, Luiz Paulo Dominguetti, teve seu telefone celular apreendido. O Fantástico, da TV Globo, teve acesso a mensagens que indicam que o policial negociava comissão de 25 centavos de dólar por cada dose de vacina da AstraZeneca que seria vendida ao Ministério da Saúde.
Dominguetti envolveu o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) em sua denúncia na CPI através de um áudio que foi contestado por diversos senadores. A própria Davati Medical Supply negou, em nota publicada à imprensa, qualquer relação com o policial e rechaçou ser representante da farmacêutica AstraZeneca no Brasil.
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A empresa norte-americana diz que só possui um representante credenciado no País, Cristiano Carvalho, que desmentiu o depoimento de Dominguetti. Carvalho deve ser ouvido ainda nesta semana pela comissão, segundo entrevista do senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, à Globo News.
Dominguetti é acusado por senadores da oposição de ser uma “testemunha plantada” para desqualificar as acusações de Miranda (presidente Jair Bolsonaro teria sido avisado sobre irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin) e confundir as investigações da CPI. Miranda diz que o áudio mostrado como prova refere-se a uma negociação comercial de luvas descartáveis nos Estados Unidos.
“O áudio foi plantado, presidente. Não há nenhuma dúvida em relação a isso”, disse a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) na CPI.