A Lastro decidiu adotar o mantra fail fast. Fundada por Allan Paladino e José Thomaz Pereira em 2021 como um SaaS para automatizar a cobrança de aluguéis de gestoras de FIIs – que controlavam seus ativos de maneira rudimentar, usando apenas planilhas Excel – a proptech aproveitou a abundância de dinheiro na época e fez uma rodada seed com gestoras como Canary, QED e 1Sharpe. Mas os fundadores logo perceberam que o negócio, apesar de fazer sentido, não estava escalando rápido. Foi aí que, no fim de 2022, começaram a “brincar” com o GPT-3.

“Caiu a ficha muito rápido de que isso mudaria o mundo e que seria possível usar a AI para conversar com clientes, ler documentos e extrair dados de forma autônoma”, Paladino disse ao Metro Quadrado. A Lastro decidiu apostar na ideia, e foi aí que surgiu a Lais, seu agente de AI voltado para todo o setor imobiliário. A Lais é integrada ao WhatsApp, que também é o principal canal de contato das imobiliárias com os clientes. Cada imobiliária tem sua própria assistente, conectada ao seu sistema de gestão e carteira de imóveis. Quando um lead surge em portais como Zap ou Imovelweb, a Lais faz o primeiro contato por WhatsApp, responde dúvidas sobre os imóveis, sugere opções, agenda visitas e repassa ao corretor apenas quando a negociação está mais madura.

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A entrada do iFood

O negócio escalou, e a empresa passou a atender 1.000 imobiliárias em todo o Brasil. Segundo Paladino, das 10 maiores imobiliárias do País, nove já utilizam a ferramenta. Além disso, o tempo médio de resposta para o cliente caiu de uma média de 6 horas para 15 segundos com a taxa de conversão disparando 60%. Esses números chamaram a atenção da Prosus Ventures, o braço de VC da dona do iFood, que acaba de liderar uma Série A de R$ 85 milhões na Lastro. O aporte ainda teve a participação da FJ Labs, Endeavor Scale-Up Ventures, assim como a participação dos primeiros investidores da Lastro.

Com os recursos da rodada, a Lastro quer aumentar o número de funcionalidades na Lais, como follow-ups automáticos, suporte em propostas, gestão de contratos e até intermediação de financiamento imobiliário. “Queremos ser a plataforma nativa em AI que orquestra todas as etapas da jornada imobiliária – e saber quando é hora de passar o bastão para o corretor humano,” disse Pereira. Atualmente, a única fonte de receita da companhia é o pagamento de assinatura, que tem um tíquete-médio de R$ 2,5 mil. Ou seja, em tese, a empresa está faturando cerca de R$ 2,5 milhões por mês.

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