A suspensão por tempo de indeterminado dos voos da ITA Linhas Aéreas trouxe à tona mais uma acusação envolvendo o empresário e proprietário do Grupo Itapemirim, Sidnei Piva de Jesus.

Segundo o Congresso Em Foco, a Itapemirim é acusada por centenas de investidores, ao lado das empresas Extrading Exchange & Trading Platform e Future Design Solutions Ltda (FDS), de não devolver cerca de R$ 400 mil investidos nas criptomoedas CrypTour, moeda digital lançada em julho deste ano pelo grupo de transporte, e de não terem mais acesso à plataforma da Extrading, retirada do ar, para pedir o resgate ou simplesmente ter acesso a informações sobre o destino do dinheiro.

+ Procon-SP notifica Itapemirim e pode aplicar multa de até R$ 11 milhões

O objetivo da Itapemirim era vender cerca de 30 milhões de tokens ao valor de US$ 1 cada, prospectando, assim, US$ 30 milhões. A promessa era de uma valorização de 600% a cada US$ 1 investido no token nos primeiros seis meses, e 3600% após 12 meses.

O executivo Sidnei Piva, segundo o Congresso em Foco, nega que a Cryptour seja da Itapemirim, “apesar de diversos documentos e vídeos de divulgação do criptoativo explicitarem a relação com a empresa”.

A publicação cita trecho do Whitepaper da CTur, que é um documento oficial da empresa que serve de informe ou guia aos investidores, que traz a imagem do empresário e diz que “o projeto CrypTour nasceu como uma iniciativa interna de inovação em tecnologia na Itapemirim Airlines.”

Piva também nega qualquer relação com as empresas Future Design Solutions e com a Extrading Extrading Exchange & Trading Platform. A FDS aparece no diretório Whois como proprietária do domínio do site da Cryptour na internet.

“Entrei em um golpe como vários”, disse Piva, em conversa com a reportagem pelo Whatsapp. “Temos um boletim de ocorrência na delegacia especializada.”

Já o empresário Luiz Tavares, diretor comercial da Extrading, que aparece ao lado de Piva em dez vídeos no canal oficial da Cryptour no Youtube desmente o dono da Itapemirim e diz Grupo Itapemirim é sim o dono do negócio.