Morreu nesta terça-feira, 19, aos 83 anos, Pedro Herz, dono da Livraria Cultura. A informação foi confirmada pelo seu filho, Sergio Herz, atual CEO da Cultura, ao Estadão, que afirmou que o pai sofreu um ataque cardíaco fulminante durante a madrugada. 

O velório vai ocorrer nesta quarta-feira, 20, às 10h, no Cemitério Israelita do Butantã, seguido do enterro, às 12h. 

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Instagram/ Livraria Cultura

Herz fez história no mercado editorial brasileiro

A paixão pelos livros na família veio de longe. A mãe de Pedro, Eva Herz, fundou a Cultura, mas foi o filho que tornou a marca conhecida no país inteiro. 

Em 2017 ele publicou o romance “O Livreiro”, pela editora Planeta, em que conta a história da sua família judia que fugiu da Alemanha nazista e veio para o Brasil durante a II Guerra Mundial. 

Chegando por aqui, sua mãe começou a trabalhar com aluguel de livros em alemão. Logo depois ela abriu uma loja na Rua Augusta e começou a trabalhar com títulos em português. Em 1969, já com Pedro como sócio, a livraria se mudou para o Conjunto Nacional, na Avenida Paulista.

Recuperação Judicial

Após anos de uma política de expansão pela cidade de São Paulo e por outros estados brasileiros, nos anos 2000, a Cultura mergulhou em crise. Em 2018, pediu recuperação judicial, com uma dívida de R$ 285,4 milhões com fornecedores e bancos.

A rede, que chegou a ter 17 lojas e 1,5 mil funcionários, agora conta com apenas duas lojas físicas abertas: no Conjunto Nacional, em São Paulo; e no Bourbon Shopping, em Porto Alegre.   

No dia 26 de junho de 2023 a loja do Conjunto Nacional chegou a ser fechada, gerando uma grande comoção no mercado livreiro. Ela foi reaberta em 6 de julho, mas enfrentou uma ordem de despejo em agosto, que foi revertida. 

Em fevereiro de 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um recurso da livraria e autorizou a continuidade da ordem de despejo. Por enquanto, a Cultura segue funcionando normalmente.