18/02/2022 - 15:08
Nos últimos anos, houve um aumento no número de grupos neonazistas em todo o país. Para combater esse tipo de atividade ilegal, a polícia tem intensificado suas ações. A estimativa, conforme monitoramento realizado por ativistas antinazistas e pela doutora em Antropologia Social Adriana Dias, pesquisadora da Universidade de Campinas (Unicamp), é que haja pelo menos 10 mil pessoas ligadas a movimentos nazifascistas (que defendem o nazismo, originário da Alemanha, e/ou o fascismo, que surgiu na Itália) no Brasil. São Paulo e Santa Catarina têm a maior parte dos simpatizantes dessas ideologias, mas o Rio Grande do Sul é historicamente considerado um dos maiores focos.
De acordo com o portal Zero Hora, apenas no Rio Grande do Sul foram identificados cerca de 1.000 suspeitos desde 2020, com a confirmação de nomes e endereços de pelo menos 40 moradores do Estado que integram um grupo neonazista.
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Entre os crimes investigados estão ameaças a vereadores de Porto Alegre e Niterói (RJ), a policiais, a um influenciador digital brasileiro que reside nos Estados Unidos e ao ator Douglas Silva, integrante do BBB 22.
Vale destacar que a maioria desses grupos usam a deep web para o compartilhamento de conteúdo ilegal, como venda de drogas e armas, golpes, pedofilia e violência, além de fóruns neonazistas e terroristas.
A pesquisadora da Unicamp mapeou nos últimos 18 anos 52 tipos de grupos, que juntos tinham mais de 530 células (ramificações). Durante a pandemia o número de adeptos saltou de 5 mil para 10 mil.
É importante lembrar que o neonazismo é considerado crime contra os Direitos Humanos por se tratar de um ato de intolerância com base na ideologia de superioridade e pureza de determinada raça com recursos de agressão, humilhação e discriminação. Também é considerado ilegal fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda com símbolos e defesa do pensamento nazista. O crime pode levar a pena de dois a cinco anos de prisão mais o pagamento de multa.