O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e hoje advogado Joaquim  Barbosa utilizou nesta segunda-feira, 18, seu perfil no Twitter para  desabafar sobre seu descontentamento com o teor dos votos dos deputados  no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no último  domingo. O ex-ministro não se manifestou a favor nem contra o  impeachment da petista.

“É de chorar de vergonha!  Simplesmente patético!”, afirmou o ex-ministro que ficou famoso pela sua  atuação dura no processo do mensalão, que levou à prisão os principais  nomes da cúpula do PT. O comentário de Barbosa foi feito logo após  criticar a imprensa brasileira e recomendar aos seus seguidores  assistirem a entrevista de Glenn Greenwald à emissora de TV americana  CNN e também lerem a matéria da revista britânica The Economist listando  as justificativas dos deputados em seus votos pelo impeachment.

Nos  votos, a maioria dos parlamentares favoráveis ao afastamento da petista  não fizeram nenhum comentário ou posicionamento sobre as pedaladas  fiscais – manobras contábeis que embasam o pedido de impeachment – e  utilizaram como justificativa seus próprios familiares, “Deus”,  ”cristianismo”, o fim da corrupção, dentre outros motivos que  surpreenderam até jornais internacionais.

“Anotem: teremos  outras razões para sentir vergonha de nós mesmos em toda essa história”,  seguiu Barbosa, que em nenhum momento se manifestou se era favorável ou  contra o afastamento da presidente. No último domingo, 17, a Câmara dos  Deputados aprovou, com 367 votos favoráveis, mais do que os 342  necessários, a continuidade do processo de impedimento de Dilma  Rousseff, que agora está sob análise no Senado. Se for aceito também no  Senado, a presidente será afastada por 180 dias para ser julgada pelo  Congresso e, neste período, o vice-presidente Michel Temer assume a  Presidência.

Se ao final do processo o Congresso decidir  pelo afastamento da petista, o vice segue como presidente até o final do  mandato, em 2018.