08/10/2021 - 21:28
Muitos devem se lembrar do memorável slogan “É a economia, estúpido!”, criado em 1992 pelo economista e marqueteiro James Carville, um dos principais responsáveis pela vitória de Bill Clinton contra George Bush. A frase resume com precisão as prioridades dos eleitores americanos na hora de escolher em quem votar: custo de vida, preço da gasolina, emprego e, principalmente, sensação de segurança e bem-estar.
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A regra não é (ou melhor, não era) tão diferente no Brasil. Governos que pregavam cruzada contra marajás e abertura econômica, que defendiam privatização para turbinar a máquina pública ou que distribuíam crédito e dinheiro a empresas e famílias mais pobres – sem fazer qualquer juízo de valor – prosperaram nas eleições. Mas o tal presidente Messias vai provar, em 2022, que a tese de Carville não é inteiramente verdadeira por aqui. Além de perder voto pela economia, desgovernada e sem perspectiva de boas mudanças em curto prazo, o Jair vai perder voto pela saúde, pela educação e pela (in)segurança. Mais pela saúde.
Ao superar 600 mil mortos pela suposta gripezinha, que no vácuo craniano do chefe da nação foi inventada pela grande mídia e pelos comunistas chineses, o Brasil consolida seu lugar no Olimpo do fracasso. Até mesmo a ala evangélica mais irracional, formada em sua maioria por usuários assíduos de kit-Covid, já não fala mais em kit-gay, em mamadeira de piroca, se Patricia Pillar foi espancada por Ciro Gomes ou sobre a camiseta fake da Manuela D`Ávila dizendo que Jesus é travesti. Todas essas mentiras, mesmo que fossem verdades, não teriam a menor relevância diante da tragédia brasileira.
Os inimigos imaginários de Bolsonaro, criados de propósito para montar um cenário de bem contra o mal, hoje são reais. Morte, inflação, desemprego, corrupção, empobrecimento dos mais pobres, enriquecimento dos mais ricos, achatamento da classe média, entre tantos outros problemas surreais como negacionismo e ideologia desvairada, serão o veneno fatal do presidente e seu governo estúpido. Dessa vez, a economia será um fator essencial na corrida eleitoral, mas não será o único.