11/01/2022 - 10:53
Por Nikolaj Skydsgaard e Jacob Gronholt-Pedersen
COPENHAGUE (Reuters) – A variante Ômicron do coronavírus está em curso de infectar mais da metade dos europeus, mas ainda não deve ser vista como uma doença endêmica como a gripe, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira.
A Europa registrou mais de 7 milhões de novos casos na primeira semana de 2022, mais do que o dobro de um período de duas semanas, disse o diretor da OMS na Europa, Hans Kluge, em uma coletiva de imprensa.
“Nesse ritmo, o Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde prevê que mais de 50% da população da região será infectada com a Ômicron nas próximas 6 a 8 semanas”, disse Kluge, referindo-se a um centro de pesquisa da Universidade de Washington.
Cinquenta dos 53 países da Europa e da Ásia Central registraram casos da variante mais infecciosa, disse Kluge.
No entanto, estão surgindo evidências de que a Ômicron está afetando mais o trato respiratório superior do que os pulmões, o que causa sintomas mais leves do que as variantes anteriores.
Mas a OMS alertou que ainda são necessários mais estudos para provar isso.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, disse que pode ser hora de mudar a forma como se rastreia a evolução da Covid-19 para, em vez disso, usar um método semelhante à gripe, porque sua letalidade caiu.
Isso implicaria tratar o vírus como uma doença endêmica, e não como uma pandemia, sem registrar todos os casos e sem testar todas as pessoas que apresentem sintomas.
Mas isso é “um caminho distante”, disse a autoridade sênior de emergência da OMS para a Europa, Catherine Smallwood, na coletiva, acrescentando que a endemicidade requer uma transmissão estável e previsível.
“Ainda temos uma enorme incerteza e um vírus que está evoluindo rapidamente, impondo novos desafios. Certamente não estamos no ponto em que podemos chamá-lo de endêmico”, disse Smallwood.
“Pode se tornar endêmico no devido tempo, mas fixar isso ao longo de 2022 é um pouco difícil neste estágio.”