O mercado brasileiro de turismo vive um dos melhores momentos de sua história. No ano passado, nada menos que 70 milhões de pessoas viajaram de avião para destinos no Brasil e no Exterior. E a expectativa é de  que a oferta de linhas de financiamento, aliada à melhoria de renda da chamada classe média emergente, deverá manter esse mercado aquecido por mais algum tempo. E uma das que mais vêm se beneficiando desse cenário é a CVC Turismo. 

Líder do mercado nacional, com 70% de participação, a agência criada pelo empresário curitibano Guilherme Paulus é uma verdadeira potência. Com receita estimada em R$ 3,2 bilhões, a CVC é controlada, desde 2009, pelo fundo americano Carlyle, dono de 63,6% do capital, em parceria com Paulus, que detém os restantes 36,4%. Tamanho potencial começa a despertar a atenção de concorrentes globais. 

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Paulus, fundador da CVC: dono de rede de hotéis e companhia aérea,

ele se destaca num setor em franco crescimento

 

O grupo alemão TUI Travel estaria, de acordo com fontes do mercado, na lista de possíveis candidatos à compra da CVC. Como acontece em transações dessa natureza, as partes envolvidas negam qualquer negociação. Por meio de sua assessoria, o presidente do Carlyle no Brasil, Fernando Borges, se disse satisfeito com o fato de existirem possíveis interessados na CVC, mas não confirmou qualquer contato com os alemães. Paulus seguiu a mesmo toada.

 

O mercado brasileiro de turismo será um dos beneficiários da agenda de megaeventos previstos para os próximos dez anos: a Copa 2014 e a Olimpíada de 2016. Sem contar os megashows de bandas como U2 e astros como Paul McCartney. É isso que está despertando a atenção do grupo TUI, conglomerado que lidera o setor na Alemanha. Antes deles, contudo, os americanos do Carlyle, tomaram a iniciativa, assumindo o controle da CVC no final de 2009. Para o grupo alemão, o Brasil poderia representar a chance de voltar a crescer. Em 2010, seu lucro caiu 44,5% para € 114 milhões, em relação ao ano anterior. 

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Caso não dê certo a compra da CVC,  o grupo TUI ainda poderá ter em Paulus um parceiro estratégico. Ele pode oferecer-lhes, por exemplo, um leque de opções, que vão da sua Webjet Linhas Aéreas, com uma frota de 23 aeronaves Boeing, à  GJP, que controla 13 hotéis. Em 2009, essa rede recebeu  600 mil hóspedes.