A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) integrou o grupo de trabalho coordenado pelo Ministério das Comunicações e os debates no âmbito do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) que culminaram na assinatura pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (27), do decreto que institui a TV 3.0 no Brasil. A cerimônia, realizada no Palácio do Planalto, contou com a presença de ministros, autoridades e de representantes das principais emissoras públicas e privadas do país.

O presidente da EBC, André Basbaum, participou do evento e destacou a relevância da medida para a democratização do acesso à informação e para o fortalecimento da comunicação pública. “Com o decreto, o presidente Lula garante a visibilidade da TV Brasil e de todo o sistema público de comunicação dentro da nova TV digital 3.0”, explicou.

O presidente da EBC, André Basbaum, durante a cerimônia Foto: José Cruz/Agência Brasil 

Notícias relacionadas:

No novo sistema digital, haverá um ícone DTV+ que dará acesso aos canais de radiodifusão, com destaque inicial para a TV Brasil e o Canal Gov. “Isso vai garantir que informações sobre serviços públicos cheguem para todos os cidadãos”, afirmou Basbaum.

De acordo com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), Sidônio Palmeira, a TV 3.0 é também uma questão de soberania nacional – o Brasil será o primeiro país das Américas a implantar a nova tecnologia. “Esse decreto representa o que vai ser a nossa visão de futuro sobre a agenda digital e tecnológica, com abertura, cooperação e soberania. Aliás, a soberania hoje é um grande tema que une todo o país. Não só a soberania, mas soberania digital”, disse o ministro.

A nova geração da televisão aberta manterá a gratuidade como princípio fundamental, garantindo acesso universal à informação e ao entretenimento. O governo federal já investiu R$ 7,5 milhões na fase preparatória, que será concluída ainda em 2025.

Sobre a TV 3.0

A TV 3.0 é considerada a nova geração da televisão aberta e gratuita no Brasil. O modelo integra transmissão tradicional (broadcast) com serviços de internet (broadband), permitindo que os telespectadores tenham acesso a conteúdos sob demanda, interatividade e até funcionalidades como compras diretamente pela televisão. A previsão é que o novo sistema entre em operação em junho de 2026, a tempo da próxima Copa do Mundo.

Entre as principais inovações está a interface baseada em aplicativos, que permitirá às emissoras oferecer, além do sinal ao vivo, séries, programas, jogos e outros conteúdos adicionais. Os novos aparelhos virão com uma tela inicial que prioriza os canais abertos, corrigindo uma limitação das SmartTVs atuais, que favorecem plataformas de streaming.

O sistema também foi desenvolvido com foco em acessibilidade, oferecendo recursos como legendas configuráveis, audiodescrição, gerador automático de Libras e fluxo adicional de vídeo com intérprete de língua de sinais em tempo real.

A migração será gradativa, começando pelas grandes cidades, como ocorreu com a implantação da TV digital. O padrão técnico adotado será o ATSC 3.0, recomendado pelo conselho deliberativo do Fórum SBTVD.

“A participação ativa da EBC na formulação da TV 3.0 reafirma o compromisso da empresa com a inovação, a inclusão digital e a democratização do acesso à informação pública de qualidade”, conclui o diretor-geral da EBC, Bráulio Ribeiro, representante da empresa no grupo de trabalho do MCom e nos debates no âmbito do SBTV.

O gerente-executivo de engenharia da EBC, Gilvani Moletta, também participou dos grupos de trabalho que desenharam o novo modelo, levando a experiência prática da radiodifusão pública.

“Esse processo foi muito importante porque garantiu que a visão da televisão pública estivesse representada desde o início da construção da TV 3.0. Tanto do lado técnico, quanto no desenvolvimento de serviços que vão chegar diretamente ao cidadão. É uma tecnologia que aproxima a população da informação, da cultura e dos serviços essenciais. No fim das contas, a TV 3.0 não é só sobre qualidade de som e imagem: ela é sobre inclusão, cidadania e dar ao brasileiro uma televisão aberta conectada ao futuro”, destacou.