22/05/2018 - 10:16
A ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) reconhece que o cenário externo tem apresentado novos desafios, mas nota que o Brasil tem condições de enfrentar o cenário. O documento destacou a capacidade que a economia brasileira tem de “absorver revés no cenário internacional”.
Essa resiliência, diz o texto, é gerada pela “situação robusta de seu balanço de pagamentos e ao ambiente com inflação baixa, expectativas ancoradas e perspectiva de recuperação econômica”.
No parágrafo 12 do documento, os diretores do Banco Central avaliaram eventuais riscos gerados por “possível continuidade da reversão do cenário para economias emergentes num contexto de frustração das expectativas sobre as reformas e ajustes necessários na economia brasileira”.
O texto diz que, nesse contexto, “caso a evolução do cenário externo venha a produzir mudanças de preços relativos”, eventual impacto sobre as decisões de política monetária “será delimitado por seus efeitos secundários sobre a inflação”. O texto cita como exemplo os efeitos sobre os preços da economia não diretamente associados ao choque.
Cenário ‘mais desafiador’
Na ata do Copom, o Banco Central avalia que o cenário internacional está “mais desafiador” e que há expectativa de normalização da política monetária nas economias centrais, mas esse movimento depende de como será a evolução dos preços e salários nesses países.
“No que tange à conjuntura internacional, os membros do Comitê ponderaram que o cenário se tornou mais desafiador”, cita o parágrafo 12 do documento.
O BC manteve o cenário básico que “contempla normalização gradual da política monetária nos países centrais”. O documento nota, porém, que a materialização desse cenário “depende da trajetória prospectiva da inflação de preços e salários nessas economias”.
Diante dessa variável, o documento reconhece que “o risco de normalização mais acelerada nos níveis de taxas de juros em algumas economias avançadas produziu ajustes em preços de ativos e volatilidade nas condições financeiras no mercado internacional”.
Nesse processo de normalização das economias centrais, o BC nota ainda que há “riscos geopolíticos e aqueles associados à continuidade da expansão do comércio internacional, com possíveis impactos sobre o crescimento global”.
O texto não faz menção diretamente, mas economistas têm alertado para riscos geopolíticos como o da Síria e preocupações com o comércio exterior diante de eventual guerra comercial entre Estados Unidos e China.