A nova legislatura do Congresso Nacional, que oficialmente abre os trabalhos dia 2 de fevereiro, virá carregada de urgências. No topo das prioridades aparecem pautas econômicas, como a reforma tributária, e as de segurança nacional, como o tratamento a ser dado aos deputados e senadores que incitaram a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro.

Por isso, boa parte dos parlamentares já trabalha nos bastidores. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) é um dos que já começou a articulação para fechar o cerco aos golpistas. Com alguma influência dentro do Centrão, ele já atua em conversas com partidos como o PP e o PL para medir a temperatura da oposição e atrair apoio para uma resposta dura aos incitadores do golpe. A instalação de uma CPI também tem dividido opiniões, já que o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria Geral da República estão com processos maduros sobre o tema.

Alexandre de Moraes mantém prisão preventiva de mais 386 pessoas

Também será discutida uma forma de reposição dos mais de R$ 6,5 milhões de prejuízo estimado com o quebra-quebra após a invasão da Câmara e do Senado. Liberação de recursos para reforço da segurança e adoção de novas tecnologias e a possibilidade de federalização da polícia militar do Distrito Federal também devem ganhar espaço no debate.

A pauta econômica também tem um papel especial: marcar o território do governo Lula diante da maior oposição a um governo eleito desde a gestão de Fernando Collor. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, já está trabalhando nisso. A primeira parada será a Reforma Trabalhista, mas outros temas também dividirão atenção. Um deles foi definido esta semana, com a explosão do escândalo das Americanas e o rombo de R$ 40 bilhões.

A ideia partiu do senador Otto Alencar (PSD-BA) que pretende levar a pauta ao CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Ele diz que acionistas, sócios e a pwc, responsável por auditar a varejista, precisam ser convocados para explicar o caso aos senadores. “É preciso levantar quem são os credores, se os bancos públicos como BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Banco do Nordeste ou qualquer outro estão nessa lista. Teremos que avaliar essas coisas todas”, disse o parlamentar.

E todos esses assuntos vão dominar a rotina dos parlamentares que também estarão equilibrando alianças para a eleição da mesa diretora das Casas. Uma correria que vale ficar de olho para acompanhar os desdobramentos.

legenda: Poder Legislativo precisa mostrar serviço nessa largada de ano é trabalhar para
garantir espaço dos partidos na eleição da mesa diretora