A presidente Dilma Rousseff é a melhor herança deixada pelo ex-presidente Lula. Por sua postura dogmática de austeridade fiscal e lisura administrativa, ela vem dando lições de modernidade, senso de responsabilidade e transparência na gestão da coisa pública. Com a assessoria equilibrada do fiel escudeiro Guido Mantega à frente da Fazenda, Dilma tem lançado medidas de efeito positivo na economia, contrariando conchavos políticos e pressões daqueles que querem seguir na gastança sem limite. O novo pacote de arrocho anunciado na semana passada entra nessa categoria – o segundo em pouco mais de oito meses de mandato. A presidente propôs um aumento da meta de superávit em R$ 10 bilhões. Quer, com essa “sobra”, reforçar o colchão de defesa do País contra as intempéries das crises externas. Dilma está também em busca de um orçamento enxuto, da preservação dos bons indicadores internos e – mais importante – da queda nos juros.

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Já percebeu e defende abertamente que, quanto mais baixa a taxa de juros, menores as chances de estrangulamento do parque produtivo e de impacto negativo na saúde do mercado nacional. Foi com esse intuito que encomendou a Mantega um balaio de propostas que não penalizasse o crescimento mais do que o necessário na atual fase de apatia global. Mantega, alinhado com o objetivo e defendendo abertamente uma linha de conduta desenvolvimentista, traçou um plano que preserva as condições de investimento e facilita a criação de mais empregos no setor privado. Para as legendas partidárias aliadas, que sonhavam com a liberação de mais verbas, restou a pior parte. Nada de emendas custosas ou obras desnecessárias para iludir eleitores em campanha. Ousadia e determinação se somam no movimento de Dilma e de Mantega para garantir a resistência da economia brasileira. Algo louvável para um Executivo que coloca em primeiro lugar as conquistas do cidadão comum, acima de qualquer tentação fisiológica de sua base de sustentação. Se continuar nesse caminho, o apoio popular estará garantido.