08/12/2015 - 10:48
Uma nova empresa conseguiu os direitos de publicação da revista Playboy no Brasil. A partir de março de 2016, a PBB Entertainment (cuja sigla significa Playboy Brasil) será responsável pela revista masculina, que durante 40 anos foi publicada no Brasil pela Editora Abril. Na segunda-feira, 7, a americana Playboy Enterprises anunciou a assinatura do contrato.
Em vez de fechar com uma editora consagrada, a matriz americana apostou em uma startup. A PBB foi formada por investidores sem experiência no ramo editorial. O principal sócio da companhia é Marcos de Abreu, que atua na representação de atletas esportivos e também tem uma empresa de recrutamento de recursos humanos, a Employer.
Abreu entrou na disputa pelo relançamento da Playboy no Brasil – a última edição produzida pela Abril é a de dezembro – por intermédio de André Sanseverino, fotógrafo baseado em Maringá (Noroeste paranaense). Sanseverino, que já havia produzido algumas capas para a revista, ficou sabendo em junho que a Abril desistiria do título e pediu que a editora o apresentasse à Playboy Enterprises com o objetivo de negociar um eventual contrato de publicação.
Com a apresentação da Abril, passou a buscar investidores. Procurou Edson Marcos de Oliveira, que já era sócio de Abreu em outros negócios. Os três vão comandar a “nova” Playboy, que terá uma curta ausência do mercado brasileiro: a revista deverá voltar a circular em março. Abreu será o presidente da PBB Entertainment, Sanseverino atuará como publisher e Oliveira comandará a área de marketing e vendas.
A equipe da editora ainda está sendo montada e o negócio, por enquanto, ainda funciona em um espaço “emprestado” na sede da Employer, nos Jardins, em São Paulo. A equipe de redação ainda está sendo definida, assim como a nova linha editorial da revista. O objetivo da PBB é, com o tempo, lançar outros títulos e expandir sua atuação para outros segmentos da mídia.
O que a PBB diz já saber, por enquanto, é que a revista precisará passar por mudanças. A empresa não revela o valor do contrato para a publicação da Playboy, mas o jornal O Estado de S. Paulo apurou que o pagamento funciona como uma espécie de “franquia”. Ou seja: quanto mais produtos com a marca Playboy forem lançados, mais dinheiro a matriz vai receber.
Renovação
Uma das razões para a preferência pela startup seria justamente o compromisso da PBB de transformar a revista Playboy em um veículo multiplataforma. A edição impressa, dizem os novos donos do título no Brasil, funcionará como base de uma estratégia em que o digital ganhará prioridade e visibilidade: além de um novo site, a ideia é lançar aplicativos usando a marca. A nova Playboy também deverá incluir um negócio de eventos, de acordo com Sanseverino.
Segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a marca Playboy está precisando de uma “injeção de ânimo” – e a receita dessa mudança seria a aposta em conteúdos mais sofisticados.
Nos Estados Unidos, as mudanças já começaram: por lá, a revista decidiu deixar de publicar fotos de mulheres completamente nuas. Por aqui, os nus continuarão, mas os ensaios com subcelebridades, que marcaram os anos recentes da publicação, deverão ser abandonados.
A ideia é afastar a Playboy do conteúdo de nudez encontrado facilmente na internet. Por causa dessa concorrência, a circulação da revista caiu muito nos últimos. No mercado americano, circulam hoje 800 mil exemplares, contra 5 milhões do ápice da publicação.
No Brasil, a Abril já chegou a vender 1 milhão de unidades; em 2015, a tiragem se situava ao redor de 70 mil.
Presente no Brasil desde 1975 – inicialmente como Revista do Homem -, a Playboy foi criada há 62 anos pelo empresário americano Hugh Hefner. A revista masculina hoje tem 22 edições internacionais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.