Investigado por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) pelos possíveis crimes de coação no curso do processo penal, obstrução de investigação contra organização criminosa e abolição do Estado Democrático de Direito, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes e disse que tem interesse em disputar a Presidência se essa for “uma missão” dada a ele por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“O Brasil deveria ter tido a decência de conseguir parar o Alexandre de Moraes. Não aconteceu. Por isso, tivemos que recorrer aqui às autoridades americanas. Vamos dar assim o primeiro passo para resgatar a democracia brasileira. O STF hoje derruba aquilo que foi aprovado pelo Congresso. Não é uma democracia saudável”, afirmou Eduardo Bolsonaro em entrevista à revista Veja publicada nesta sexta-feira, 30.

O deputado licenciado diz que Moraes se comporta como “um tirano” e afirma que o ministro “sabe que vai sair derrotado porque não tem a verdade ao lado dele”.

Em março deste ano, Eduardo Bolsonaro pediu licença do mandato na Câmara dos Deputados para viver nos Estados Unidos “para buscar sanções aos violadores dos direitos humanos”.

“A gente aqui nos Estados Unidos vai fazer de tudo possível para acionar as alavancas do governo para que as autoridades americanas, se assim entenderem, sancionem ao máximo o Moraes e as pessoas financeiramente ligadas a ele”, afirmou na entrevista.

Na semana passada, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que “há uma grande possibilidade” de o ministro do Supremo ser alvo de sanções por parte do governo de Donald Trump.

Já nesta quarta-feira, 28, Rubio anunciou que o país vai restringir visto para “autoridades estrangeiras e pessoas cúmplices na censura de americanos”. Sem citar Moraes diretamente, mencionou a América Latina como um dos exemplos de aplicação.

Eleições 2026

Ao ser questionado se “pensa em ser candidato a presidente”, Eduardo respondeu que “se for uma missão dada” por Bolsonaro, vai cumprir.

“Obviamente, se for uma missão dada pelo meu pai, vou cumprir. Inclusive, meu nome já figurou em algumas pesquisas, né? Fiquei feliz. Mas eu acho que, numa democracia normal, quem deveria ser um candidato mesmo deveria ser o Jair Bolsonaro, que inclusive lidera nas pesquisas”, disse. O ex-presidente está inelegível por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O deputado cita ainda a especulação sobre uma possível candidatura da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. “A Michelle tem uma rejeição muito baixa, um discurso muito próximo das pessoas evangélicas e da pauta das mulheres. Mas é o Jair Bolsonaro, na verdade, quem vai decidir. Acho que vai ser difícil tirar a possibilidade dele (Bolsonaro) concorrer. Mais uma vez, acredito que há uma chance, que há uma luz no fim do túnel para a gente corrigir a democracia brasileira e conseguir colocá-lo como candidato”, disse.