06/11/2015 - 10:04
O retorno dos 20.000 turistas britânicos de Sharm el-Sheikh pode ser mais demorado do que o esperado, depois que as autoridades egípcias suspenderam nesta sexta-feira a chegada de voos adicionais para a repatriação.
“As autoridades egípcias ordenaram a suspensão de voos com direção a Sharm el-Sheikh para as companhias britânicas”, informou a Easyjet em um comunicado.
No entanto, ao que parece, os voos programados para esta sexta-feira entre a localidade egípcia e as ilhas britânicas devem acontecer normalmente.
“Dois voos partirão de Sharm el-Sheikh em breve”, afirmou a Easyjet, antes de indicar, no entanto, que outros sete com destino ao Reino Unido e outro para a cidade italiana de Milão não operarão nesta sexta-feira.
A companhia aérea explicou que a saída dos dois voos permitirá a volta de 339 passageiros ao Reino Unido.
A suspensão ainda não foi confirmada pelas autoridades egípcias e seus motivos também são ignorados.
O governo britânico anunciou a intenção de assumir por conta própria o retorno dos 20 mil britânicos presentes na cidade egípcia por suspeitar que o avião russo que caiu no sábado passado na Península do Sinai, procedente de Sharm el-Sheikh, foi alvo de atentado, que matou as 224 pessoas a bordo.
Rússia e Egito consideraram “prematura” a suspeita e pedem que as autoridades britânicas aguardem os resultados da investigação oficial.
Os passageiros poderão levar apenas bagagem de mão e o restante de seus pertences será enviado posteriormente, uma medida que responde à desconfiança a respeito do controle das malas no aeroporto egípcio e à tese de que alguém colocou uma bomba no compartimento de bagagem, segundo a imprensa britânica.
No mesmo contexto, a companhia aérea holandesa KLM proibiu nesta sexta-feira malas no compartimento de bagagem de um voo procedente do Cairo.
Os primeiros voos procedentes do popular destino turístico de sol e praia no Mar Vermelho devem pousar no Reino Unido no início da tarde.
Seis dias depois da queda do avião comercial russo no Sinai, com a morte de 224 pessoas, Moscou e Cairo continuam sem apresentar qualquer explicação para o acidente, mas Londres e Washington citaram as suspeitas de um atentado.
A agência de aviação civil do Egito informou que 29 voos devem decolar nesta sexta-feira de Sharm el-Sheikh com turistas britânicos a bordo, mas o anúncio foi feito antes da suspensão dos voos extras.
O presidente egípcio Abdel Fatah Al-Sisi está em Londres e na quinta-feira teve uma reunião com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, durante a qual garantiu que seu país está disposto a cooperar com os “amigos” para garantir a segurança dos turistas.
“Estou completamente disposto a cooperar com todos os nossos amigos para assegurar que nosso aeroporto (de Sharm el-Sheikh) oferece a segurança necessária para que as pessoas venham”, disse Al-Sisi em Londres.
O ministro britânico dos Transportes, Patrick McLoughlin, havia expressado a esperança de que muitos turistas britânicos estivessem em suas casas nesta sexta-feira à noite.
Ele também justificou o fato de Londres assumir o controle da repatriação, com o envio de especialistas em segurança, um gesto que poderia ser interpretado como uma ato de desconfiança em relação ao Egito, apesar de, há 10 meses, as autoridades britânicas terem aprovado as condições de segurança do aeroporto egípcio.
“Revisamos as medidas de segurança da maneira que estavam naquele dia. As coisas mudaram e o que aconteceu no sábado, mais as informações subsequentes, motivaram nossa grande preocupação com a segurança. Por isto, tomamos a decisão que tomamos”.