06/10/2014 - 20:17
Mergulhado na dificílima tarefa de resgatar suas empresas da crise, o ex-bilionário Eike Batista parece não ter perdido o bom humor. Nos últimos dias, por exemplo, voltou ao serviço de microblogs Twitter para negar rumores sobre mudanças na diretoria do Grupo EBX. A informação era de que Eike teria contratado o italiano Alessandro Corona, sócio de uma empresa de tratamento capilar consultada pelo empresário para tratar a calvície.
Pelo Twitter (@eikebatista), o dono da petroleira OGPar (ex-OGX) afirmou que “às vezes, temos que conviver com ruídos de informação engraçados”, para, depois, negar que a notícia fosse correta. Com bom humor, arrematou: “alías, já me adiantando a qualquer boato: nem minha massagista, nem meu dermatologista estão cotados para qualquer posição na diretoria.”
Com mais de 1,3 milhão de seguidores, Eike era conhecido pela intensidade com que postava no Twitter, contabilizando quase 22 mil mensagens. Em seu ápice, quando chegou a ser um dos dez homens mais ricos do mundo, o empresário usava a ferramenta para promover as realizações de suas companhias e rebater críticas de que seria excessivamente otimista.
Passarinho na muda
Após suas empresas mergulharem na crise que acarretou os pedidos de recuperação judicial da OGPar e da OSX, a venda do controle da LLX, rebatizada como Prumo, e do compartilhamento do controle da MPX (agora conhecida como Eneva), Eike despertou a ira de acionistas minoritários, sócios e credores e desapareceu do Twitter. As mensagens que postou agora são analisadas pela Justiça, como parte da investigação para determinar se o empresário manipulou informações para lucrar.
Desde 29 de maio de 2013, Eike não postava nada no Twitter. Voltou em 19 de setembro deste ano, como parte da estratégia de se defender publicamente contra as acusações. No tweet que marcou seu retorno, afirmou que foi mal interpretado, ao declarar a um jornal que voltar à classe média era “um baque”. Recentemente, o empresário teve suas contas bancárias bloqueadas pela Justiça, num total de R$ 117 milhões. Calcula-se que, com as garantias pessoais que deu em troca de investimentos, seu patrimônio líquido esteja negativo em R$ 1 bilhão – um problema e tanto, mas não a ponto de recorrer a um diretor para não ficar careca, segundo ele próprio.