05/03/2008 - 7:00
EM DOIS ANOS, O VOLUME DE apostas saltou de R$ 94 milhões para R$ 120 milhões. O quadro de sócios do clube saiu da posição de queda de 40% e passou a crescer 30%. Depois de um período de dificuldades e dívidas batendo à porta, o faturamento da instituição atingiu R$ 133 milhões. Essa é cara do novo Jockey Club de São Paulo, tradicional clube de turfe da capital paulista fundado em 1875. O efeito dessa reviravolta não está atrelado ao sucesso dos animais que correm nas pistas do hipódromo, mas, sim, ao seu atual presidente, o empresário Márcio Toledo, 49 anos, que assumiu o cargo em 2005. Desde o início, sua chapa de campanha, batizada como Novo Jockey, adotou um plano de gestão que tinha como objetivo desafogar a instituição através da renegociação de contratos com bancos, fornecedores, órgãos públicos e planejar novos projetos. ?Renegociamos as dívidas e arrumamos a casa?, diz Toledo. Agora, ele está diante de um novo páreo: se reeleger ao cargo de presidente nas eleições que acontecerão no próximo dia 6 de março. ?É muito importante que esses projetos tenham continuidade?, afirma.
Para vencer essa disputa, o empresário está confiante na pesquisa de opinião realizada no clube. O resultado de 61% de aceitação entre os sócios entrevistados é reflexo do histórico positivo de sua administração e no rumo que ela tem tomado. ?Nossa expectativa de faturamento para este ano é de R$ 180 milhões.? Ao que tudo indica, os números têm se mostrado fortes aliados do empresário. O volume de apostas de janeiro deste ano foi 30% superior em relação ao ano passado. ?Estamos caminhando para a melhor fase de nossa história?, prevê. A prova dessa realidade são os planos desenvolvidos até o momento. Um deles é o projeto de uma academia de 17 mil metros quadrados, que deverá ficar pronta no primeiro semestre de 2010. O empreendimento, que tem como sócios o jogador Ronaldo e os empresários João Paulo Diniz e Alexandre Accioly, representa um investimento de R$ 45 milhões. Além disso, a nova gestão de Toledo também promete a construção de um centro de treinamento de turfe. Os ambiciosos planos só foram possíveis depois que o Jockey investiu pesado em marketing para trazer o público de volta. Só no ano passado, diz Toledo, 80 mil pessoas passaram por lá. ?É um crescimento de 500% em relação à gestão anterior?, afirma. Logo após sua posse, em 2005, Toledo tratou de explorar as áreas de convivência do Jockey para trazer mais recursos à instituição.
Nos últimos três anos, o Jockey passou a sediar uma média de dez grandes eventos por ano. São contratos que variam de R$ 10 mil a R$ 400 mil. A Casa Cor São Paulo, por exemplo, irá para a sua terceira edição no Jockey Club neste ano. ?O local possui localização e ambientes perfeitos para a nossa proposta?, declara Roberto Dimbério, diretor da Casa Cor. Outro projeto que trouxe prestígio e visibilidade para o hipódromo foi a Vila da Copa, evento organizado pela Philips durante a Copa do Mundo de 2006, que chegou a reunir cerca de 42 mil pessoas. ?Esses eventos trouxeram as pessoas para dentro do universo do Jockey Club?, comemora Toledo. Uma visibilidade que atingiu até as páginas da internet. Depois de uma reformulação, o site da instituição passou a ser o segundo principal ponto de apostas da casa. ?Nos últimos oito meses, as apostas pela internet cresceram 180%?, contabiliza o empresário.
PROJETO DE R$ 45 MILHÕES: academia de ginástica desenhada pelo arquiteto Isay Weinfeld ficará pronta em 2010