24/08/2005 - 7:00
Por R$ 126 milhões a Americanas.com comprou, na quinta-feira 18, o canal de TV paga e site de comércio eletrônico Shoptime. A operação foi realizada mediante a aquisição de 44% do capital social da TV Sky Shop, detido pela Globo Comunicações e Participações S/A e de 98,8% do capital social da Shoptime S.A. Com a aquisição, a Americanas abre um novo canal de vendas, a TV (home shopping), e reforça sua atuação no comércio eletrônico. ?Esperamos ter uma atuação ainda mais competitiva?, festejou Roberto Martins, diretor financeiro da Lojas Americanas. Foi uma grande jogada do grupo GP Participações, dos empresários Jorge Paulo Lehman, Carlos Alberto Sicupira, Marcel Telles e Antônio Bonchristiano. Donos da Americanas.com, eles também tem participações no Submarino ? detentor de 20,6% do mercado, 1,5 milhão de clientes, R$ 360 milhões de faturamento e que, até aqui, disputava a liderança com a própria Americanas. com. Disputava, porque agora entrou o Shoptime na jogada. Não demorou muito para surgir a versão de concentração no mercado. ?Eles terão grande força, mas não o suficiente para controlar o setor?, diz Cid Torquato, presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico.
De acordo com Torquato, a compra vai motivar a integração entre comércio on line e físico. ?Boa parte dos brasileiros tem por costume pesquisar pela rede e depois ir comprar o que quer nas lojas?, explica o executivo. Dados da Câmara atestam que para cada negócio fechado na web, quatro são realizados em lojas físicas. Bom para as Lojas Americanas.
Com a programação da rede nacional de 24 horas por dia, o Shoptime possui 1,1 milhão de clientes. No ano passado, a TV Sky Shop, dona do Shoptime, registrou faturamento de R$ 187 milhões. Metade dessa receita foi proveniente da internet. Já a Americanas.com obteve receitas de R$ 305 milhões 2004. ?Pode não haver concentração ainda, mas os donos do Americanas e ShopTime são os mesmos da Ambev. É bom ficar de olho?, avalia um executivo que já trabalhou nas empresas do GP. De qualquer forma, a transação esquenta o segmento de comércio eletrônico. Em 2004, o faturamento do setor foi de R$ 1,7 bilhão, alta de 47% em relação a 2003. A expectativa é que em 2005 as vendas on line alcancem R$ 2,3 bilhões.