As disputas pelo comando das companhias abertas sempre têm uma vítima: você, investidor. Nos últimos anos, quatro casos deixaram claro quão nocivas são essas brigas para as ações. Desde que começaram as divergências entre os controladores da Forjas Taurus, em novembro de 2013, os papéis já recuaram 85,6% e a empresa perdeu R$ 331,20 milhões em valor de mercado. Por sua vez, as ações da Usiminas retraíram 63,8%, levando a siderúrgica a perder aproximadamente R$ 2,8 bilhões na bolsa. O motivo é o embate entre os sócios argentinos e japoneses pelo controle da companhia. A lista de desavenças conta ainda com o caso da ALL, que perdeu 58,1% ou R$ 1,7 bilhão, por causa dos desentendimentos com a Rumo, até que a fusão fosse acertada. Já os papéis da Oi se desvalorizaram 54,8% e a empresa perdeu o equivalente a R$ 2,1 bilhões de seu valor, durante as conversas com a Portugal Telecom sobre a fusão.

Palavra do analista:
Segundo o analista independente Pedro Galdi, os conflitos entre os controladores podem fazer com que as decisões estratégicas fiquem em segundo plano, o que aumenta a insegurança e reduz a produtividade. “Confrontos entre controladores acabam respingando em todos os aspectos e, se a empresa for de capital aberto, quem sofre é o acionista minoritário.”

Touro x Urso

A semana será mais curta por causa do feriado nacional, mas nem por isso menos importante. O balanço da Petrobras, se sair, dará o tom dos negócios, para o bem ou para o mal. Se o mercado gostar dos números, o ambiente fica menos tenso na bolsa.

Mineração

S&P avalia rebaixar a Vale

A queda no preço do minério de ferro continua tendo impacto sobre a Vale, presidida por Murilo Ferreira. A agência de classificação de risco Standard & Poor’s divulgou, na segunda-feira 13, que estuda cortar as notas da empresa. “O desequilíbrio entre oferta e demanda deve continuar”. No dia seguinte ao anúncio, o Conselho de Administração da Vale aprovou o pagamento da primeira parcela de remuneração aos acionistas em 2015, no valor de R$ 3,10 bilhões. Com isso, as ações subiram 2,8%.

Mercado imobiliário

General Shopping vende ativos

A controladora da General Shopping fechou um acordo com a Zahav Empreendimentos Imobiliários para a venda de 100% do Shopping Light por R$ 141,1 milhões. O valor ainda pode ser ajustado, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliário, na terça-feira 14. No ano, as ações recuam 19,5%.

Petróleo

Balanço da Petrobras sairá depois de 22 de abril

Especula-se no mercado que o ajuste contábil da Petrobras, referente aos casos de corrupção denunciados na Operação Lava Jato, deve ficar entre R$ 14 bilhões e R$ 28 bilhões. O número oficial será divulgado no balanço financeiro, após o dia 22 de abril, quando o Conselho de Administração se reunirá para discutir os resultados de 2014. Além disso, entrou para a agenda a discussão sobre o conselheiro que substituirá Mauro Cunha, que não vai concorrer à reeleição para representante dos acionistas minoritários. O Bradesco entrou oficialmente na disputa pelo assento com a indicação de Eduardo Gentil, representante dos detentores de ações ordinárias, e Otávio Yazbek, pelos preferencialistas. Ex-presidente da Visa, Gentil é membro dos conselhos da Ecorodovias, RBS e Évora. Já Yazbek foi diretor de autorregulação da BM&FBovespa. A eleição acontece no dia 29 de abril. No mês até terça-feira 14, as ações da Petrobras subiram 29,8%.

Celulose

Suzano “surfa” na alta do dólar

A valorização do dólar frente ao real tem engordado o caixa da Suzano, que exporta a maior parte de sua produção. Mesmo assim, Walter Schalka, presidente da fabricante de papel e celulose, está insatisfeito com as medidas tomadas pelo governo federal para conter os problemas econômicos. “Temos uma gestão econômica band-aid”, disse, em conversa com empresários e investidores, na terça-feira 14. No ano, as ações da Suzano sobem 30,5%.

Mercado em números

Pão de Açúcar
R$ 17,20 bilhões –
 Foi a receita líquida consolidada do grupo varejista no primeiro trimestre de 2015, alta de 14,8% em relação ao mesmo período de 2014.

OSX
R$ 3,9 bilhões –
 Foi o prejuízo da empresa de construção naval do grupo X, alta de 72% em relação a 2013.

Kroton
R$ 1 bilhão –
 É o valor estimado da Uniasselvi, rede de ensino da Kroton que será vendida em junho, por determinação do Cade, após a fusão com a Anhaguera.

Marfrig
100 milhões de libras –
 É o valor da oferta adicional da emissão de bônus da companhia, por meio de sua subsidiária Moy Park. Com isso, a empresa adiciona esse valor ao montante original de 200 milhões de libras esterlinas emitido em maio de 2014. 

Triunfo Participações
5,5% –
 Representa a queda no tráfego de veículos em rodovias administradas por concessionárias da empresa no primeiro trimestre, ante o mesmo período do ano passado.