04/04/2014 - 21:00
Destaque no pregão
Mesmo tendo apresentado seu segundo prejuízo consecutivo, a Eletrobras vai manter a distribuição de dividendos. Serão distribuídos R$ 848 milhões, que correspondem a 6% de uma reserva de lucro da companhia. “Só foi possível remunerar os acionistas graças a essa reserva”, disse o diretor-financeiro Armando Casado com exclusividade à DINHEIRO, na quarta-feira 2. Segundo Casado, o prejuízo de R$ 6,2 bilhões em 2013 é resultado de gastos com demissões e da política de redução de preços de energia. As perspectivas, no entanto, são bem mais luminosas, garante ele. “Em 2013 investimos R$ 11,2 bilhões em geração, transmissão, distribuição e manutenção, o maior investimento da história, e pretendemos manter esse ritmo”, diz.
Palavra do analista:
Lenon Borges, da corretora carioca Ativa, diz que a redução da nota da Eletrobras pela S&P pode tornar as captações no Exterior mais caras. “Não há uma indicação de que a empresa vá captar neste ano, mas, se isso acontecer, pode comprometer a já combalida situação financeira da estatal do setor elétrico”, afirma, em relatório de março.
Quem vem lá
MMX entra na prévia do novo Ibovespa
Com as mudanças na metodologia do Ibovespa, as ações da MMX passaram a integrar a prévia do novo índice. Com isso, os papéis da companhia subiram 2%, na segunda-feira 31. Mas se por um lado tem empresas chegando, por outro, há quem disse adeus. É o caso da Prumo Logística (antiga LLX) e da Dasa. “Recomendamos que os investidores tirem vantagem desse pool de liquidez”, escrevem analistas do HSBC.
Petróleo
Prejuízo da OGX, o recorde de Eike
A antiga OGX, atual Óleo e Gás Participações, encerrou 2013 com prejuízo líquido de R$ 17,43 bilhões, a maior perda de uma empresa brasileira e 15 vezes o prejuízo de 2012. A perda reflete todos os problemas que culminaram no pedido de recuperação judicial da petroleira fundada por Eike Batista. As ações estão estáveis em 2014, mas caíram 94,5% no ano passado.
Papéis avulsos
ADR da BB Seguridade rumo à Nyse
Os papéis da BB Seguridade seguem em busca de novos investidores. Com a aprovação da Securities and Exchange Commission (SEC), os recibos de ações da companhia, chamados de American Depositary Receipts (ADRs), começaram a ser negociados na segunda-feira 31. “Queremos aumentar a liquidez e atrair investidores que só aplicam em papéis negociados em seus mercados locais”, afirma o diretor-financeiro Werner Suffert. “Pretendemos alcançar outros níveis de ADRs e chegar à bolsa americana, no longo prazo.”
Participações
Mais capital na Itaúsa
O conselho de administração da Itaúsa vai propor um aumento de R$ 4,49 bilhões no capital social da companhia, para R$ 27,02 bilhões. Para isso, deverá ser realizada uma capitalização das reservas de lucros com bonificação de 10% em ações. Terão direito à bonificação os investidores que tiverem papéis em 2 de maio. A notícia agradou ao mercado. Com o anúncio no dia 31 de março, os papéis subiram 3,1%, aliviando a queda do ano, acumulada em 19,2%.
Touro x Urso
O cenário eleitoral está influenciando de vez o comportamento do pregão. Na primeira semana de abril, rumores não confirmados de uma queda na popularidade de Dilma Rousseff fizeram o índice Bovespa retornar aos 51 mil pontos pela primeira vez em 2014. Os prognósticos são de fortes oscilações nos próximos dias.
Farmacêuticas
Reajuste dos remédios não surte efeito
O reajuste de até 5,68% para medicamentos foi um placebo para as ações das empresas farmacêuticas. No dia 31 de março, quando os novos valores entraram em vigor, as ações da Biomm subiram 0,5% e as cotações da Cremer, que avançam 5,7% em 2014, não saíram do lugar.
Mercado em números
Vale
US$ 2,1 bilhões - É o valor proposto pela diretoria da mineradora para a primeira parcela de remuneração mínima dos acionistas em 2014.
JBS
US$ 750 milhões – É o valor da emissão de títulos de dívida realizado pelo frigorífico com cupom de 7,25% e vencimento em 2024. O frigorífico realizou a operação em um dia. Os recursos destinam-se a alongar o perfil da dívida.
CSN
R$ 400 milhões - É o total que será emitido pela siderúrgica em debêntures simples, não conversíveis em ações. São 40 mil debêntures, que custarão R$ 10 mil cada uma e que vencem até 28 de março de 2021.
BANCO PINE
US$ 115 milhões - É o valor do empréstimo sindicalizado que o banco fechou com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com o Commerzbank.
AREZZO
10% – É a fatia das ações ordinárias em circulação que a fabricante de calçados pretende comprar. Representa 4,2 milhões de papéis. As compras serão intermediadas pelos bancos Merrill Lynch, Credit Suisse e BTG Pactual.
Colaboraram: Natália Flach e Luiz Gustavo Pacete