A Eletrobras reportou lucro líquido ajustado de R$ 1,47 bilhão no segundo trimestre, 43,3% superior ao lucro ajustado registrado no mesmo período do ano passado, conforme relatório de resultados divulgado nesta quarta-feira.

Sem ajustes, a Eletrobras apurou prejuízo líquido de R$ 1,33 bilhão no trimestre encerrado em junho, revertendo lucro de R$ 1,74 bilhão de um ano antes, impactado por um ajuste de R$ 3,43 bilhões motivado pela mudança no fluxo de pagamentos da indenização da chamada Rede Básica do Sistema Existente (RBSE) às transmissoras de energia do grupo, conforme aprovado pela agência reguladora Aneel.

+ Eletrobras completa três anos de privatização com entregas, mas ações ainda patinam
+ Eletrobras contrata BTG para vender fatia na Eletronuclear, diz agência

O Ebitda ajustado regulatório da companhia totalizou R$ 5,5 bilhões no mesmo período, decréscimo de 8,6% em base anual, principalmente por um resultado mais desfavorável na linha de participações societárias, enquanto a receita operacional líquida regulatória ficou praticamente estável (-0,3%) em R$ 9,59 bilhões.

Em relatório que acompanha o balanço, a Eletrobras destacou um aumento de sua receita de geração no segundo trimestre, impulsionado pela estratégia de comercialização de energia do grupo, “mais que compensando o maior gasto com energia comprada para revenda”.

A carteira da Eletrobras na comercialização de energia, segmento que tem se tornado cada vez mais relevante para os negócios da companhia elétrica, atingiu 781 clientes no segundo trimestre, crescimento de 24% ano a ano, sendo 688 clientes atendidos no mercado livre (ACL), contra 551 registrados um ano antes.

A empresa destacou no trimestre redução de despesas com despesas com pessoal, material, serviços e outros (PMSO) e aumento dos investimentos, sobretudo no segmento de transmissão de energia, sendo R$ 1,1 bilhão aportados no período em reforços e melhorias na rede existente.

“A prioridade da Eletrobras está na previsibilidade e no crescimento dos investimentos para garantir a resiliência dos nossos ativos e expansão inorgânica por meio dos leilões de transmissão”, disse Ivan Monteiro, presidente da Eletrobras, em comunicado à imprensa.

Ainda no trimestre, a Eletrobras reduziu o estoque da provisão de empréstimos compulsórios — principal passivo contencioso de seu balanço — em R$ 1,2 bilhão na comparação com o trimestre anterior e R$3,3 bilhões no comparativo anual, totalizando R$11,97 bilhões.

Dividendos da Eletrobras

Em paralelo, a empresa também disse em fato relevante que seu conselho de administração aprovou a distribuição de R$ 4 bilhões aos acionistas na forma de dividendos intermediários.

A nova aprovação vem após a distribuição, no início do ano, de R$ 4,1 bilhões em dividendos relativos ao desempenho de 2024.

“Desde a divulgação do quarto trimestre de 2024, a administração realizou entregas consistentes e acelerou o processo de eliminação de riscos da companhia. Esse fator aliado a uma visão mais construtiva de preço de energia, possibilitou a proposta de dividendos”, disse a Eletrobras.