26/03/2022 - 11:19
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (25) que o pico da inflação no Brasil será em abril, quando a taxa Selic deve alcançar 12,75%.
A preocupação com a inflação se agrava com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Para 2023, as projeções subiram de 8,25% ao ano para 8,75%, indicando a renda fixa como a preferência dos brasileiros.
“Quando o Comitê de Política Monetária anuncia que a Selic subiu mais uma vez, essa mudança faz com que as aplicações no Tesouro Direto Selic, por exemplo, passem a render mais no dia seguinte”, explica Diogo Santos, assessor de investimentos da iHUB Investimentos.
O aumento da Selic pode ser negativo para quem precisa de um empréstimo, por exemplo, mas pode ser positivo para outros investimentos.
Diogo indica seis investimentos mais rentáveis com o aumento da taxa Selic:
1) Tesouro Direto Selic: O Tesouro Direto Selic rende 100% da taxa básica de juros. No início de 2021, o retorno para quem aplicava nessa opção de investimento era de 2% ao ano, o que era considerado muito pouco e fez muita gente resgatar sua aplicação. Porém, esse valor foi subindo ao longo do ano, e após a última alta feita pelo BC ele passou a render 11,75% a.a.
“Essa aplicação é considerada por muitos analistas o investimento mais seguro no Brasil. Além de trazer segurança, ele rende mais do que a poupança e caso o resgate seja solicitado até às 13h o recurso é liberado no mesmo dia, após este horário a liquidez é em D+1, ou seja, o dinheiro cai na sua conta no dia seguinte”, explica o assessor de investimentos.
+ Aston Martin em nova fase no Brasil
2) CDB – Certificado de Depósito Bancário: Os CDBs também são ótimas oportunidades para quem busca se beneficiar de mais um aumento da taxa Selic. Existem alguns certificados de depósito bancário, mas aqui o destaque vai para os títulos pós-fixados e atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) – taxa que os bancos e instituições financeiras usam para fazerem empréstimos entre si-, essa opção historicamente segue a Selic, por isso, quando a Selic sobe o CDI acompanha e vice-versa.
Diogo explica que para quem precisa de liquidez diária, eventualmente, há oportunidades que pagam em média 103% do CDI na plataforma da XP, mas é importante saber que isso varia de acordo com a disponibilidade do produto.
Agora, para aqueles que não têm a necessidade de uma liquidez tão curta e podem deixar dinheiro investido, é possível encontrar opções que pagam 120% do CDI ou até mais, que também depende da disponibilidade.
Na prática, quando se investe em CDBs o investidor está realizando um empréstimo para o banco e, por isso, ele é remunerado. Vale ressaltar que os CDBs contam com uma segurança adicional que é a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) de até R$250 mil por CPF e por instituição, caso o banco emissor venha a falir.
3) LCI – Letra de Crédito Imobiliário: As LCIs foram criadas para impulsionar o mercado de crédito imobiliário no país. Elas são títulos emitidos por bancos que emprestam esse recurso para empresas ligadas ao mercado imobiliário. São muito parecidas com o CDB, porém, possuem um diferencial que é ser isenta de imposto de renda.
“É comum encontrar LCIs que pagam 100% do CDI, mas vale lembrar que por ser isento de IR, uma LCI com vencimento para até 180 dias é equivalente a um CDB que paga 129% do CDI, por isso, vale a pena fazer essa conta e se tiver dúvidas converse com seu assessor” explica Santos.
Assim como os CDBs, as LCIs também contam com a garantia do FGC.
4) LCA – Letra de Crédito do Agronegócio: As LCAs incentivam o agronegócio, também são isentas de IR e contam com a garantia do FGC.
5) LC – Letra de Câmbio: As LCs seguem o mesmo princípio dos CDBs, mas ao invés de emprestar aos bancos, neste caso, o investidor empresta para instituições financeiras de crédito, mais conhecidas como financeiras. Elas também possuem garantia do FGC.
6) Fundos de investimento Referenciados DI: Os Fundos DI, como o nome sugere, buscam obter retornos que acompanham o CDI. Suas características principais são: baixa volatilidade e baixas taxas de administração.
Com frequência são utilizados como caixa ou reserva de emergência por possuírem retornos próximos ao CDI, aliado a liquidez imediata ou D+1. Porém, isso pode variar de fundo para fundo por isso, é muito importante ler o prospecto e conversar com um assessor de investimentos para ter segurança de que a escolha está adequada ao objetivo do investidor.
“Esses seis principais títulos vão se beneficiar dessa nova alta da Selic. O mais interessante é que por serem pós-fixados, caso a Selic continue a subir eles vão acompanhar e o contrário também é verdadeiro”, finaliza Diogo.