27/02/2023 - 6:39
Após uma vitória inesperada nas primárias do Partido Democrático (PD) italiano, organizadas no fim de semana, a deputada Elly Schlein será a primeira mulher a liderar o principal partido de esquerda do país.
“Ganhamos. É uma pequena grande revolução”, declarou Elly, depois de saber do resultado.
Quase um milhão de simpatizantes participaram das primárias. A deputada de 37 anos derrotou o presidente da região de Emilia-Romagna, Stefano Bonaccini, considerado favorito.
Elly Schlein sucede ao ex-primeiro-ministro Enrico Letta, à frente da legenda desde março de 2021.
Letta renunciou após o desempenho ruim do partido nas eleições legislativas de setembro do ano passado. Nelas, o PD obteve 19% dos votos, contra 26% do partido pós-fascista da primeira-ministra Giorgia Meloni, Irmãos da Itália.
Primeira mulher a liderar um governo italiano, Meloni parabenizou Schlein e disse esperar que sua eleição “ajude a esquerda a olhar para frente, e não para trás”.
Segundo uma pesquisa do Instituto Ixé feita de 15 a 21 de fevereiro, o PD tem, hoje, 16,9% das intenções de voto, distante dos Irmãos da Itália (31,1%) e cabeça a cabeça com o Movimento 5 Estrelas (17,2%) .
Nascida em 4 de maio de 1985, em Lugano, na parte de língua italiana da Suíça, Elly Schlein vem de uma família de professores universitários. Seu pai, Melvin, um americano descendente de judeus ucranianos, é professor de Ciência Política e de História. Sua mãe. Maria Paola Viviani, é italiana e professora de Direito Público.
Elly Schlein tem um irmão matemático, Benjamin, e uma irmã diplomata, Susanna.
Formada em Direito pela Universidade de Bolonha, ela participou em 2008, aos 23 anos, da campanha eleitoral do democrata Barack Obama e, quatro anos depois, da reeleição do presidente americano.
Foi eleita eurodeputada em 2014 e se tornou vice-presidente da região da Emilia-Romagna em 2020. Em 2022, elegeu-se deputada.
Raramente fala sobre sua vida privada, mas, em uma entrevista em 2020, disse ser bissexual e que tinha uma namorada.