O governo Lula (PT) apoiou o empréstimo de US$ 960 milhões (R$ 4,74 bilhões) do CAF, banco de desenvolvimento da América Latina e Caribe, para a Argentina, em um aceno de pragmatismo ao presidente ultraliberal Javier Milei.

O objetivo é permitir o pagamento que a Argentina deve ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e precisa ser quitado até a próxima quinta-feira, 21 de dezembro.

O valor é referente a uma parcela de um acordo firmado pelo ex-presidente Maurício Macri e renegociado por seu sucessor, Alberto Fernández. Atualmente, a dívida total da Argentina com o FMI é de 44 bilhões de dólares (cerca de R$ 220 bilhões).

A saúde econômica da Argentina é considerada como imprescindível para o Brasil por causa das estreitas relações comerciais entre os dois países. Além do interesse de que a Argentina não sucumba à crise econômica, o gesto também é visto como uma tentativa de o Brasil demonstrar pragmatismo nas relações com o novo presidente, que tomou posse no último domingo (10).

O novo empréstimo foi tomado a uma taxa de juros de 5,72% ao ano, de acordo com a normativa do CAF. A Argentina terá até 12 meses para honrar o compromisso. Enquanto isso, o país não poderá tomar novos financiamentos com a instituição.