05/10/2025 - 10:54
Filha de um vice-presidente de banco, Catarina não se achava rica. Em seu conturbado processo de divórcio, dizia, tudo o que buscava era uma pensão que lhe permitisse criar seus três filhos com conforto. A pedido do advogado, Catarina, que nunca trabalhara na vida, debruçou-se pela primeira vez sobre seu orçamento doméstico. Só o básico para uma vida simples: alimentação, internet, condomínio, escola dos filhos, mensalidade do clube, personal trainer, troca anual dos carros, salários e encargos trabalhistas de quatro empregadas, dois motoristas e um cozinheiro.
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Concluiu que, para manter seu padrão de vida, precisaria de pouco mais de dois milhões de reais por ano. O ex-marido chiou. Filho de uma família tradicional do interior de São Paulo e dono de restaurantes chiques na capital, ele disse a um amigo que não pretendia “pagar os luxos” de Catarina. “Ela tá achando o quê? Que eu sou rico?”
Registrado em um áudio de celular, o desabafo acabou se incorporando a um processo de divórcio em que se discutiu até o preço dos implantes de silicone de Catarina. Esse litígio é narrado nos capítulos finais de Coisa de Rico (Todavia; 240 páginas), que vem ocupando o topo das listas de mais vendidos na categoria de não ficção.
Michel Alcoforado, o autor, deve estar ciente da titilação que os barracos na alta sociedade costumam provocar. Maldosamente divertido, seu livro não foge desse apelo. Coisa de Rico, porém, não funciona como livro de fofocas, até porque quase todos seus personagens estão protegidos sob pseudônimos.
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