26/11/2008 - 8:00
Em tempos de dólar alto, o interessado em fazer um MBA tem que ponderar o que vale mais a pena: fazer o curso em uma das instituições do País ou mudar-se para um endereço internacional por dois anos. Há alguns fatores que são cruciais além do valor da moeda americana, como a disponibilidade de cursos nacionais de alta qualidade e onde o profissional deseja seguir carreira. O professor Paulo Mattos de Lemos, superintendente dos cursos de educação executiva da Fundação Getulio Vargas (FGV), fez doutorado em economia nos Estados Unidos em uma época (1972/73) em que não havia similares no Brasil. “A ida ao Exterior só se justifica se a pessoa fizer um curso muito especializado ou se pretende trabalhar no Exterior”, diz Lemos. “Hoje nossos programas dão uma ótima formação em gestão executiva. E provemos também visão internacional, já que as economias estão se abrindo cada vez mais.”
O intercâmbio com outras realidades está presente mesmo em muitos cursos ministrados no Brasil. A própria FGV tem convênios com universidades americanas – como Colúmbia, NYU e Universidade de Chicago – e, através deles, o estudante pode vir a passar uma ou duas semanas em aulas nos Estados Unidos. Além disso, ao optar por estudar no Exterior, o executivo precisa dar um tempo na carreira. Nos EUA, o MBA dura em média dois anos e é feito em período integral. No Brasil, boa parte dos cursos é realizada à noite ou nos fins de semana e a duração média é de um ano e meio. Além disso, há opções como a pós em administração de empresas da FGV, que inclui aulas à distância, através de transmissão via satélite para até 40 cidades brasileiras.
“Ida ao Exterior só se justifica para curso muito especializado ou para quem pretende trabalhar lá fora“, diz Lemos, da FGV
A questão cambial também pode ser equilibrada com a presença de instituições estrangeiras no Brasil. A Universidade de Pittsburgh está no País desde 1999 com o curso Executive MBA, cuja proposta é dar formação internacional ao aluno sem que ele tenha de sair do País. “O curso destina-se ao profissional que pretende seguir carreira internacional”, diz Fabio Yamada, diretor. Professores da escola vêm a São Paulo uma vez por mês e todas as atividades são em inglês. O valor (US$ 48,5 mil), é mais barato que em Pittsburgh (US$ 65 mil), ou em Praga, onde também é ministrado (48,5 mil euros). Lá ou cá, o presidente e coordenador do programa de varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA), professor Claudio Felisoni, observa que o momento pode ser enriquecedor para se cursar MBA: “Se por um lado a situação mundial é preocupante, por outro é um trabalho fértil analisar o impacto da crise na economia.” (J.G.)