As festas juninas estão para o amendoim como a Páscoa está para o chocolate. A expectativa para este ano é ainda maior com a retomada dos eventos presenciais, como a Festa de São João de Campina Grande (PB), que dura um mês. “Voltei de lá na segunda-feira e havia uma imensidão de gente”, afirmou o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), Ubiracy Fonsêca.

O calendário de eventos de 2022 traz outros motivos de otimismo para a indústria do amendoim. A exemplo da Parada LBGT+, realizada no último final de semana, em São Paulo, e da Copa do Mundo da FIFA, que começa em 21 de novembro, no Qatar. Ambos influenciam o consumo de alimentos e bebidas. E, quem diria, até mesmo as movimentações peculiares a um ano de eleição impactam esse mercado. “Há sempre muitas reuniões, sobretudo no segundo semestre, que geram consumo”, disse  Fonsêca.

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Ainda há muito espaço para crescer dentro e fora do País. Segundo dados do USDA, o brasileiro consome 1,6 kg de amendoim por ano, enquanto a média mundial é de 6,0 kg/hab/ano. Para avançar por aqui, a indústria aposta em inovações que atendam os mais diferentes públicos, e no selo PróAmendoim, criado pela Abicab há 21 anos para certificar a qualidade e a segurança dos produtos. O rigor dos critérios para receber este selo é tamanho que muitas empresas ficam de fora. Não por acaso, a entidade representa 62% do mercado nacional de amendoim, enquanto no chocolate chega a 90%.

A presença do amendoim, em grão ou processado, nas exportações brasileiras vem crescendo muito nos últimos anos. Em 2001, foram US$ 4,76 milhões, e em 2020 esse valor chegou a US$ 443 milhões, conforme estudo realizado pela Fiesp com apoio da Abicab. Um dos principais mercados é a Europa, ainda que momentaneamente o Brasil tenha perdido Rússia e Ucrânia. No início do próximo mês, nos dia 6 e 7, a Abicab participará da Snackex, principal feira do segmento de snacks, em Hamburgo, na Alemanha. E está negociando a entrada do amendoim em grão na China, ação conjunta com Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério das Relações Exteriores; e Apex. O resultado deve surgir nos próximos meses, segundo o presidente da Abicab. Para se ter ideia do que isso pode representar, o consumo médio dos chineses é de 13 kg por ano.