Em um momento de desconfiança do mercado financeiro com a política fiscal do País, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, fizeram nesta quinta-feira, 13, um discurso à imprensa em defesa da intensificação na agenda de revisão e corte de gastos. Eles tiveram uma reunião pela manhã para avançar nesse debate.

Haddad disse que já existe uma equipe focada na agenda de revisão de gastos, mas garantiu que haverá a partir de agora uma intensificação nos trabalhos para que possa haver maior clareza na elaboração do orçamento de 2025. “Vamos manter um ritmo mais intenso de trabalho este mês”, disse.

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O ministro afirmou que as equipes estão dando bastante força nesta pauta com uma reavaliação ampla, geral e irrestrita das despesas do País.

O ministro garantiu ainda que a Fazenda e o Planejamento estão “sintonizados” nessa agenda.

Haddad também afirmou que a equipe econômica intensificou o trabalho relacionado à revisão de gastos públicos com foco no fechamento do Orçamento de 2025.

“Está ganhando tração cada vez maior, o Congresso está disposto a avançar, dizendo que quer rever gasto primário, cortar privilégios, vários temas como supersalários, correção de benefícios praticados ao arrepio da lei, melhoria dos cadastros. Isso tudo voltou para a mesa, é ótimo”, disse.

Ele afirmou que os gastos primário e tributário, além do gasto financeiro do Banco Central, precisam ser revistos. “(Agenda de gastos) está ganhando ao longo do tempo tração cada vez maior”, afirmou, ao reforçar que o Congresso tem apoiado esta pauta.

Tebet endossou o discurso e afirmou que, diferentemente do ajuste via receitas – que começou a se exaurir em meio ao princípio de não ter aumento de carga tributária -, existe hoje uma ampla margem para rever despesas.

O cardápio de alternativas, segundo ela, ainda não foi levado ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

“Nós temos um dever de casa em relação às despesas. Se os planos A, B, C e D já estão se exaurindo para não aumentar a carga tributária pela receita, sob a ótica da despesa, nós temos plano A, B, C, D, E”, disse a ministra.

“O alfabeto todo”, emendou Haddad.