(Reuters) – Na primeira aparição pública desde que fez um rápido pronunciamento no Palácio da Alvorada no dia 1º de novembro, dois dias depois do segundo turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro participou neste sábado da cerimônia de formatura dos aspirantes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), mas não discursou.

Bolsonaro acompanhou a cerimônia, em Rezende (RJ), ao lado do vice-presidente, general da reserva Hamilton Mourão, e de ministros, como o titular da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. O presidente entregou a espada de oficial ao formando que ficou em primeiro lugar geral na turma.

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A última manifestação pública de Bolsonaro foi um vídeo divulgado em suas redes sociais no dia 2 de novembro, quando pediu o fim dos bloqueios de estradas por apoiadores que protestavam contra o resultado da eleição vencida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Abalado desde a eleição, Bolsonaro submergiu do cenário político, sem nem mesmo se manifestar quando seu partido, o PL, apresentou nesta semana uma contestação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação a quase 60% das urnas eletrônicas no segundo turno –ação já rejeitada pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes.

As urnas eletrônicas foram alvo de inúmeros ataques do presidente durante seu mandato, sem nunca ter apresentado provas concretas da falta de confiabilidade que sempre alegava. Usado desde 1996 nas eleições, nunca houve qualquer prova de fraudes nos pleitos realizados com o equipamento.

Aliados esperam que Bolsonaro tenha um papel-chave na oposição ao futuro governo. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, anunciou publicamente ter oferecido o cargo de presidente de honra da legenda para Bolsonaro e já o lançou como candidato do partido à Presidência daqui a quatro anos.